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O SOL NOSSO DE CADA DIA - Tchello d'Barros

O SOL NOSSO DE CADA DIA

Tchello d’Barros

 

 

Estava o golfinho Tiquinho numa bela tarde de verão dando algumas de suas piruetas perto da praia quando avistou na areia seu amiguinho, o pingüim Tipitim, que estava colhendo estrelas-do-mar e conchinhas para a sua coleção.

 

_Oi, Tipitim! Que lindas essas estrelinhas-do-mar. Que pena que à noite eu só vejo as do céu...

_Ora, Tiquinho, eu acho que elas descem lá do céu para se esquentar na areia, que fica quentinha por causa dos raios do Sol! - falou o pingüim.

_ Ah, o Sol! Puxa, Tipitim, como é linda essa bola de fogo lá no céu! - disse o golfinho.

_Sim, e quando reflete no mar, Tiquinho, parece até que tem um tapete de estrelinhas estendido na água!

 

E assim passaram a tarde, mas quando perceberam o Sol já estava descendo por detrás da linha do oceano...

 

_Ué, Tipitim, cadê o Sol? Quem foi que escondeu ele, heim?

_Não sei não, Tiquinho! Só sei que toda manhã aparece outro Sol novinho pra começar o dia.

_Hummm, acho que ele gosta de brincar de esconde-esconde! Já sei, vamos atrás dele para ver onde ele se escondeu! - convidou o golfinho.

_Boa idéia, amiguinho! Desta vez vamos descobrir seu esconderijo! - respondeu o pequeno pingüim.

 

E assim, o golfinho Tiquinho e o pingüim Tipitim foram nadando em direção ao poente, ou seja , em direção às nuvens vermelhas, alaranjadas e amarelas do horizonte. Eram como uma pista dos lugares onde o Sol estava passando. Quando estavam quase alcançando, ele desceu por detrás de uma ilha. Então nossos amiguinhos decidiram dar um susto no Sol:

 

_Aháá! Então é ali, atrás dessa pequena ilha que o danadinho se esconde! Vamos Tipitim, vamos contornar a ilha cada um de um lado!

_Legal, Kiko, assim damos um susto nele!

 

Então nadaram o mais rápido que podiam, deram a vota na ilhazinha e quando se encontraram para dar o susto, em vez do Sol encontraram pousada numa pedra apenas a gaivota Maricota. Ela se assustou um pouco com eles, mas então explicou para os dois aventureiros:

 

_Amigos, na verdade ele passa por aqui também todos os dias e neste momento está seguindo viagem atrás daquelas nuvens coloridas que parecem algodão-doce!

_Puxa, Tipitim, quase alcançamos ele! - falou triste o golfinho.

_Calma, Tiquinho, não fique triste, talvez tenhamos ainda alguma chance! - respondeu o pingüim.

_Ei, amigos, gostaria de acompanhar vocês, ainda dá tempo de alcançarmos esse fujão! - disse a gaivota.

_Então vamos nessa! - gritou o golfinho.

_É pra já! Em frente! - gritou o pingüim.

_Lá vamos nós! - gritou a gaivota.

 

E assim foram seguindo o Sol de perto por 24 horas até que deram a volta ao mundo e chegaram na mesma praia de onde haviam partido...

 

_Puxa garotos, vocês notaram que ele não se escondeu e que ninguém roubou nem trocou o Sol por outro? É o mesmo de sempre. Será que todo dia ele dá a volta ao redor do mundo? - perguntou Maricota.

 

Antes que eles pudessem responder alguma coisa, eis que as nuvens se abriram e ouviu-se no céu uma grande gargalhada. Era o próprio Sol:

 

_Ah, ah, ah! Muito bem crianças, só que é a Terra que gira sobre si mesma. Cada giro desses dura um dia. É por isso que temos o dia e a noite. Na verdade eu fico sempre no mesmo lugar!

_Ah! - disse Tiquinho.

_Oh! - disse Tipitim.

_Uau! - disse Maricota.

 

_Pela manhã eu sou o Sol nascente, que se levanta no horizonte começando mais um dia e pela tarde eu sou o Sol poente, do outro lado do horizonte, começando mais uma noite!

_Ora, e eu que pensava que ele viajava no céu e se escondia de noite! – disse Tiquinho.

_Ora, e eu que pensava que as estrelinhas desciam do céu pra se esquentar na areia! - disse Tipitim.

_Ora e eu que pensava que ele se escondia nas nuvens só pra comer algodão doce! - disse Maricota.

 

E foi assim que, enquanto o golfinho Tiquinho surfava as ondas daquela praia e o pingüim Tipitim catava mais umas conchinhas para sua coleção, a gaivota Maricota aproveitou a tarde para surpreender seus dois amiguinhos, fazendo um belo castelo-de-areia, com uma bonita torre no centro, onde se viam duas janelas. Uma para ver o Sol nascente e outra para ver o Sol poente.

 

 

 

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