A busca pelo infinito...

Existem determinados conceitos adimensionais e que desafiam a lógica da mente humana: infinito, universo, eternidade etc. A origem da concepção de infinidade se encontra entre os helenos, como eram conhecidos os gregos antigos. Foram eles que concluíram que o universo é infinito e formado por uma infinidade de planetas.

 

Somos seres limitados, e, por esse motivo, nos tornamos incapazes de entender por inteireza esses conceitos ilimitados. Talvez seja por isso que até hoje ninguém conseguiu explicar quem é Deus, da mesma maneira que é inimaginável concluir qual o tamanho do universo. Mas que isso não justifique que devamos acreditar que Deus e o universo não existem, pelo contrário.

 

Penso a vida como sendo um rio. A dinâmica de um rio começa antes mesmo da água brotar da nascente, mas a partir do momento que isto acontece o rio está pronto para seguir seu caminho pela terra, passando por lugares diversos, ajudando a gerar energia, saciando a sede de famílias ribeirinhas, regando sementes de famílias rurais, cessando a necessidade que nós, famílias urbanas, temos da água potável.

 

Há momentos em que o rio corre ligeiro, outros nem tanto. Há momentos em que o rio corre contra o vento, e em outros momentos é o próprio vento quem o ajuda a não parar no meio do curso. No entanto, não há nada mais aparentemente sem sentido do que a desembocadura de um rio. Toda sua água simplesmente se entrega ao oceano e “se perde”.

 

A superioridade da água salgada faz com que a água do rio perca sua identidade química. Suas moléculas “doces” deverão se misturar às moléculas “salgadas” que formam o oceano. Mas isso não acontece sem nenhum motivo: cada gota da água doce fará com que o oceano seja cada vez maior e mais poderoso; essas águas não deixam de existir, elas apenas passam a ter uma nova função.

 

Acreditar em Deus é sinônimo de acreditar que nossa vida não caminha para um imenso vazio. São essas as nossas duas possibilidades: viver, não crer n’Ele e enxergar a morte como o fim de tudo ou viver e crer que a vida pode ser uma eternidade. No meu entendimento, a segunda possibilidade nos traz mais seguridade. Se Deus não passar de uma grande mentira, nosso único risco é levá-lo para o nosso vazio com todas as outras grandes mentiras que cultivamos – nenhum prejuízo.

 

Mas se Deus for uma grande verdade, no desembocar de nossas vidas veremos o quanto valeu a pena esperar pela eternidade. Enfim entenderemos o infinito, afinal, nossos olhos avistarão melhor os conceitos ora obscuros. Para que nossa vida deságüe no oceano dos sentidos precisamos, sobretudo, cultivar amores e amizades, coisas eternas.