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ALAGOAS E O MODELO BONSAI DE ENSINO

ALAGOAS E O MODELO BONSAI DE ENSINO

Valdir Dias Silva

O investimento do governo federal na educação é direcionado para ampliação de recurso que faz acrescentar a quantidade de escolas de nível médio, dentro da área técnica, na extensão universitária e através do FUNDEB, nas diversas ações que lhe são pertinentes. É o Brasil que tenta correr contra o atraso gerado por falta de brasileiros com qualificação adequada para assumir um desenvolvimento eficaz, dentro dos moldes da modernidade. No obstante, é valido observar que a natureza desse investimento é um tanto elitista quando, no pacto federativo, para educação, as partes envolvidas não desempenham o seu papel adequadamente.

Não sendo ainda suficientes os recursos que vêm da esfera federal, por outro lado se entende, que muito deixa a desejar, a administração municipal e estadual para conduzir o ensino fundamental à patamares do nível médio e superior administrado por Brasília. O montante financeiro federal  destinado a educação serve para elitizar a sociedade alagoana por conta do fracasso educacional conduzido por essas duas redes de ensino. A falta de metas lógicas e simples como a definição de prazo breve para que o aluno saiba ler ( interpretar ), escrever, contar ( desenvolver as quatro operações e no mínimo a regra de três), são trocadas, cada dia, por um processo que se diz democrático, deixando claro que as mudanças só vão ocorrer quando técnicos  ( diretores,  coordenadores,  professores, merendeiras e outros) ganharem consciência para transformação. Esperam que os pais e os alunos dêem o passo inicial quando mal, o setores democrático das duas secretarias só acompanham o tal processo no dia das eleições, ficando sob os ditames do diretor da escola, o chamamento dos componentes, do fracassado Conselho Escolar, para unicamente legalizar os documentos  administrativo da escola  através de suas assinaturas.  Quando melhoras vão acontecer se para conseguir uma vaga na escola (matrícula), o pai tem que ser, desde então, em algumas escolas, um aliado do diretor que quer se reeleger de forma indefinida no cargo?

Quando se promove formação continuada para professores, que desperdício gastar dinheiro para se focalizar Piaget, Vigotsky, Paulo Freire e outros. Esses, quando expuseram seus pensamentos sobre a educação ou filosofia de trabalho, pensaram em um processo que exige começo, meio e fim e nada  como a escola que passam meses com falta de professores e no final de cada período aparece um profissional de conivência para aprovar todos alunos com apenas algumas semanas de aulas ministradas. Diante de tudo isto, quando uma escola se sobressai, por muito, se trata de um fato isolado que, no contexto universal, não pesa nas medições dos órgãos estatísticos que indicam o fracasso do sistema educacional alagoano.

A espera dos órgãos  gestores da educação, pela consciência dos técnicos  acima citados e dos pais através do conselho escolar, para acontecer mudanças no sistema, não tem deixado de ser  uma espera por descaso e por conveniência. Pois, tais gestores de forma lógica, não tem na forma da lei,  algum artigo que exige, por  exemplo, que para ser governador,  secretário da educação ou funcionário público, teriam que ter seus filhos matriculados em escolas públicas. E lógico, sem ter com isso que ser, uma escola diferenciada ( com privilégios ). Os descasos iam desaparecer, por que nenhum desses queriam o seu filho nisso que eles hoje estão consentindo. Não podemos esquecer que uma boa parte dos profissionais da escola pública são profissionais disputadíssimos das escolas particulares e por que não dizer em algumas faculdades. O descaso está propositadamente na gestão do sistema.

Diante do visto há dezenas de anos se tem esse fracasso com governadores que governam por vários anos e com oportunidade de mudar esse quadro. Senadores e deputados que se perpetuam no poder. Secretários que passam pelas gestões da educação,  mais de uma vez e em algum momento o que se ouve nos telejornais as reportagens sobre os escândalos provocados por desvios de recursos ou por nomeações fantasmas que privilegiam pessoas sem dar um dia de serviço no local de trabalho. O corpo técnico que diante desse fracasso, com algumas exceções, contribui com o faz de conta que ensina, quando comparece para trabalhar, apresenta uma desmotivação que contamina os alunos e gera em toda cadeia um grande desmonte.

Isso quer dizer que, já se corta verbas para a educação no governo federal em relação ao PIB. No governo estadual já se desvia recurso, cortando mais investimento na área. Desvia-se ou se repassa muito pouco na esfera municipal, cortando gastos para atender a outras áreas. Os técnicos na sua grande maioria, corta o direito dos alunos ter uma escola que o promova na sociedade.  De corte em corte se usa o modelo bonsai da educação alagoana onde se tem a formação intelectual dos nanicos gerada por esses famintos pelo poder, que se instalaram há décadas nos cargos e somente fazem a luta do poder para eles  mesmo.  

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Valdir ESCRITO POR Valdir Escritor
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