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Os Índios Caetés - Primeiros Habitantes de São Miguel dos Campos

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Os primeiros moradores do nosso município na época do descobrimento do rio são Miguel, eram os índios Senambys das nações dos Caetés (mato bom),conhecido por sua valentia e que não aceitavam pacificamente a ocupação de suas terras. Eram pessoas diferentes: de altura mediana, cabelos pretos e lisos, olhos escuros e penetrantes, o pés achatados e finos na parte superior e inferior, motivados pelas grandes caminhadas.Os índios Caetés entraram para história como sendo os comedores do bispo Dom Pero Fernandes Sardinha.

Os nossos antepassados tinham como base lingüística a língua tupi. Sua religião era baseada em principio, adoravam um Deus que se chamava Tupã, respeitavam com veneração a lua e o sol,também acreditavam em seres sobrenaturais, como caipora, a coruja considerada por eles de mau agouro, tinham no Pajé o elemento de ligação entre eles e a divindade, era também o médico e o curandeiro, nas suas curas utilizavam as raízes como remédio.

Na caça usavam o alçapão para pegar passarinhos, e a arapuca para pegar animais quadrúpedes e ainda o arco e a flecha.Na pesca usavam a rede de pesca, a linha de anzol feita de osso, o arpão e a própria flecha.Comiam também frutas e raízes (batata, inhame e macaxeira), peixes assados sobre brasa ou moqueados.

Dos utensílios domésticos, destacamos a rede de dormir, a gamela, a cabaça e a cuia que usavam como prato. O fabrico de cestas de palha de bananeira ou de palmeira e outros utensílios de barro.

Os índios Caetés mantinham negócios com franceses no contrabando de pau-brasil escoados para Europa, através do rio São Miguel. O donatário da capitania de Pernambuco resolveu acabar com o contrabando do famoso pau-brasil, que servia de matéria prima para a produção de tinta e seus derivados, o solo miguelense era empestado dessa madeira, por essa razão os índios Caetés passaram a odiar os portugueses.

Em 1554, Duarte Coelho julgando estar tudo sobre controle viajou para Portugal deixando a capitania entregue a sua mulher Dona Brites de Albuquerque e seu cunhado Jerônimo de Albuquerque, anos depois Duarte Coelho veio a falecer.

Com a notícia da morte de Duarte Coelho, os índios começaram atacar os povoamentos existentes e matando muitos brancos. Jerônimo de Albuquerque lutou bravamente contra os índios que lutavam ferozmente, enfim Jerônimo o apaziguou.

Os índios que viviam em nossa terra, eram também antropófagos, comiam carne humana, até mesmo dos índios derrotados em combates entre si. Como confirmação de tal apetite, citamos a morte do Bispo Dom Pero Fernandes Sardinha.

Na caravela "Nossa Senhora da Ajuda" viajavam da Bahia com destino a Olinda e depois Lisboa, Dom Pero Fernandes Sardinha, com mais 100 pessoas aproximadamente no dia 16 de junho de 1556, por infelicidade a caravela naufragou nas imediações da foz do rio Coruripe. Eles saíram praia a fora em direção a parte leste do nosso município quando nas imediações da atual Barra de São Miguel e o porto do Francês, foram todos apreendidos e devorados pelos índios Caetés, da horrível chacina só sobrou dois índios da Bahia e um português que falava a língua tupi-guarany.

Esse fato lamentável provocou tempo depois uma grande perseguição aos índios e sua quase total dizimação, determinada pela coroa portuguesa. No entanto, os Caetés foram condenados por uma bula papal a extinção pelo sacrilégio de terem morto um bispo, e por um edito da Rainha de Portugal, Catarina da Áustria, em 1557, que tornava todos os índios e seus descendentes condenados, também, á escravidão. Esta sentença real desencadeou em 1560, a chamada Guerra dos Caetés, que culminou com a extinção da grande nação indígena. Em nossa terra os índios Caetés desmandaram em busca de terras mais seguras e distantes do litoral.

Jerônimo de Albuquerque, certa vez, mandou colocar na boca de canhões, alguns índios prisioneiros e dispará-los à vista dos demais para que os mesmos voassem em pedaços. À bala e o fogo despovoou inteiramente as terras litorâneas e os que escaparam nunca mais tentaram enfrentar o colonizador, tendo que se adaptarem os novos rumos determinados pela ocupação branca.

Em nossa terra o civilizador plantou definitivamente suas raízes com a instalação do povoado de São Miguel.

No litoral de São Miguel,

Existiram nos tempos passados

Uma tribo de índios pintados

Chamados de Caetés.

Em plena liberdade viviam,

Por dentro dos matagais

Primitivos, mas miguelenses,

Foram nossos primeiros ancestrais.

Amavam e adoravam a natureza

Como se ela fosse a luz de suas vidas

Brigavam até a morte

Por nossa terra querida!

Eram fortes homens valentes,

Robustos e de pêlos bronzeados,

Quantos não morreram lutando

Em prol desse meu torrão amado!

Alimentavam-se da caça e da pesca,

Da roça e dos frutos naturais,

Comiam até carne humana

Como se fossem um bando de animais!

Seu senso era de criança,

Até foram pelos brancos atraídos,

Muitos trocavam os seus pertences

Por uma simples garrafa de bebidas.

Por terem devorado o Bispo Sardinha,

Suas aldeias foram invadidas,

Morreram mais de oito mil índios

Numa armação inesperada.

Hoje não existem mais

Os bravos homens pintados!

Sumiram juntos com as matas

Que triste fim, Caetés.

texto do livro fatos históricos de minha terra sobre a história de São Miguel dos Campos.

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Ernande Bezerra ESCRITO POR Ernande Bezerra Escritor
São Miguel dos Campos - AL

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