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primeiros capítulos de OS DEDOS DE PANDORA - crônicas das terras das estrelas radiosas, romance inédito

OS DEDOS DE PANDORA

CRONICAS DAS TERRAS DAS ESTRELAS RADIOSAS

 PRIMEIRO CAPÍTULO

 

 

Estou diante do mundo. um olhar particular sobre minha nação, em especial sobre meu torrão. sento-me diante da TV que bondosamente me oferece programas encefálicos, de sempre, eu finjo retribuir com fictícia atenção. divago sobre coisas. diante de inutilidades como essas.

são as inutilidades o ponto de partida para tais reflexões, que as coloco no papel sem que este saiba reclamar por si só. como se só fosse possível maculá-lo com as tristes manchas da pena. posso até dizer que esse é o meu regaço revolucionário ou gozo absurdo. como poeta ou escritor posso criar esse mundo, fictício ou não, como alguns pseudosestadistas criaram o bojo de desgraças chamado bolsa-família que só produzirá uma geração apócrifa e pedinte, de viciados, enquanto muitos executores políticos ficam podres de ricos. é. estamos nos confrontando com a geração bolsa-família, o cidadão aturrado de impostos para pagar pois é assim que se mantém a roda dessa nação enquanto pobres diabos ganham o peixe sem nunca precisarem pescar. tudo isto é fruto de uma maldição chamada política, esta deusa que reproduzir a cada dia presidentes, governadores, prefeitos, vereadores, ministros, comissionados, que se locupletam e trocam favores para a miséria crescente do nosso povo. e ainda possam de estadista, ganhando caro pelo mundo afora com as asneiras e ladainhas que a mídia chama de palestras. pseudosestadistas que nos deixou por exemplo nos últimos anos um rombo de 5 bilhões de reais para alegria geral da cúpula política e ministerial. kkk. rio mas rio sem gosto, pois como muitos que tem de seu salário a apropriação indébita a título de um imposto de renda todos os meses sem poder usufruir do mínimo de direitos humanos e de cidadania. aliás, há um bom tempo que vejo bandido ter mais direitos do que o cidadão contribuinte que põe a mola monetária desse país funcionar.

pois este é o meu mundo, é o seu mundo, é o nosso mundo, do qual não somos proprietários mas locatários, alguma semelhança é mera coincidência, como as novelas que estamos acostumados a vomitar.

é como uma caixa de pandora, em verdade é uma caixa, nada de negativismo nem pessimismo, estas modas são ultrapassadas como as modas emos. e estas palavras digitadas são meus dedos de pandora, para horror dos puritanos e terror dos corruptos e corruptores.

como um dos 200 milhões de curiosos abro essa caixa para deleitar-me com esses protestos de desgraças. sei que o mundo jamais irá mudar nem melhorar, sempre haverá motivos financeiros esconsos para oferecer pão e circo a população ignorante, sou apenas mais um idiota, sou poeta.

SEGUNDO CAPÍTULO

 

 

Meu nome é Bobo, Neco Bobo, a mesma personagem faminta, de mente magra e olhos vivos, aquela das crônicas e tiras publicadas há algum tempo atrás nos matutinos locais. E este desenhos gráficos que chamam de letras são, na verdade, os meus diabólicos e conspiradores dedos de pandora. Abro a boca, a mesma que me anseiam as maldosas formigas do destino, e vomito tudo, da mesma forma que os políticos maliciosos o fazem com a verba pública.

Sobre os taturanas, quadrilha de deputados corruptos desbaratada pela polícia federal e prestigiada pelo judiciário e ministérios. Esses caras sabidos pagaram as dívidas e empréstimos pessoais com a dinheirama dos cofres da Assembleia Legislativa, em torno de 300 milhões. Há se um pobre diabo e miserável que nem eu tivesse ao menos dez por cento desse montante compraria uma editora só para mim para publicar meus livros idiotas. Agora sai a notícia depois de tanto tempo curtindo de que os bens de todos os envolvidos, cerca de 17 parlamentares, foram bloqueados pela justiça, incluindo até os bens do prefeito da capital. Já era tempo. Era bom que o fruto podre herdado de desvio de verbas e de enriquecimento ilícito se transformassem em uma loteria para os sortidos pudessem ratear ao vencer o sorteio. Seria devolver ao povo miserável que votou em cada um deles em forma de prêmio todas as agruras e facilitações eleitoreiras que garantem aos larápios e politicastros ficarem ricos e se perpetuarem nos cargos eletivos de altas remunerações.

Já era tempo. Os executores da pena, devem ter perdido algum naco da imensa e lucrosa pizza para tomarem radical atitude e voltarem atrás na decisão. Todos nós sabemos que alguns integrantes da própria lei se alimentam do mesmo prato daqueles desertores da pátria. Mas como pandora decido pensar assim: os políticos não são corruptos, são sim corruptores. Corruptos é o tutano que compõe o legislativo, executivo e judiciário. Com suas devidas exceções.

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Fábio dos Santos ESCRITO POR Fábio dos Santos Escritor
Maceió - AL

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