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Poesia cabralina (Homenagem a João Cabral de Melo Neto)

Eu que não quero um poema cabralino

Cheios de não ao sim, corrompendo o lindo

Azul do céu com suas formas secas, maldizendo

O amor, renegando o torpor lírico, apetecendo

 

Tudo aquilo que já não sente. Eu, que me perco

Em meio a Gregório e Bandeira, talvez seja um grotesco

Ao renegar a bela faca-só-lâmina estendida por famoso João;

Ao rejeitar ideias mil: pedras, edifícios marmóreos, um chão

 

Batido numa terra seca, um Nordeste forte, canino,

Com raiva nos dentes, latindo alto, voz de Severino

Que ecoa na grande metrópole. Cantas teu hino

 

Louvado Neto e finges que o mundo é uma enorme

Roda gigante em preto e branco, com ferrugem e disforme,

Enquanto eu, levando a vida em tela colorida, me conforme.

 

Penélope SS

21-10-11  23h:14

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AdrianoRockSilva ESCRITO POR AdrianoRockSilva Autor
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