Vamos falar de religião

Me recuso a fazer comentários pejorativos a qualquer religião.

Sempre que digo que não gosto de comentar me perguntam:

- E qual sua religião?

Minha crença ou minha religião não vão ser abaladas pelo fato de alguém agir, discordar ou pensar diferente. O que tenho bem claro dentro de mim é que minha fé não quer dizer que o que eu creio está acima de todas as crenças das outras pessoas, está no mesmo nível.

Então me perguntam se eu acho que todas as crenças estão certas.

Sim, para quem vive cada uma delas.

Você é o que você crê.

Sua fé vem permeada por tudo que você pensa, acredita e vive.

Sua fé é você.

Dentro da minha fé, eu creio no que minha igreja ensina, cresci na certeza de que era o certo, mesmo que façam muitos estudos e tentem me provar o contrário, lá no íntimo vou continuar crendo como aprendi.

Sabe o que pode mudar nossa forma de crer?

Uma mudança interior, e esta é feita pelo tempo e de forma sobrenatural e cada grupo religioso constrói ou destrói de forma diferente, mas todos concordam que é ação divina.

Agora, não me peça para fazer ou assinar um comentário destes, por mais engraçado que seja, está menosprezando a fé de alguém, está desprezando um grupo. Acredito que ridicularizar a igreja dos outros é ser preconceituoso, são os cultofóbicos, igrejofóbico, evangelofóbicos, um tipo de gente que critica tudo e na sua ¨grandeza de pessoa superior¨ acredita que ser diferente é errado e digno de desprezo. São estas pessoas que desprezam os nordestinos, os negros, as mulheres, os homossexuais, os pobres.

Eu respeito quem crê diferente, não por ser insegura na minha fé, mas por respeitar cada pessoa como alguém que tem o direito de crer no que quiser. Posso, claro, se o momento for oportuno, falar do que creio, pregar o que acredito como verdade, mas nunca, sob qualquer pretexto, dizer que igreja A ou B são indignas.

Tive certa vez uma discussão sobre doutrina bíblica com um senhor, destes que vai para céu com sua placa de igreja, e ele me disse que igrejas que cantam com danças vão pro inferno, eu perguntei quem morreu na cruz? Ele me disse, foi Jesus. Sorri para ele e disse: o que nós podemos fazer se Jesus quiser levá-los? Ele me respondeu, eu creio assim, a Biblia diz assim. Eu repeti um conselho apostólico, guarde sua fé. Paulo em suas cartas as igrejas sempre ensinou a guardar a fé, parar de encontrar defeito no cultuar das outras igrejas e oferecer o seu melhor para Deus.

Agora diga, um Deus que se revelou com voz de trovão, falou na brisa suave, foi fogo, foi água, se manifestou de inúmeras formas diferentes ao longo das escrituras, vai ser adorado de forma exclusiva e de um jeito só?

Dou graças todos os dias por existirem igrejas tradicionais, renovadas, pentecostais, com seus cultos solenes e silenciosos, outras com intelectuais, outras com pandeiros e bateria, uns cantando afinados à capela, outros com palmas e danças, ser diferente é bom e que Deus julgue quem vai ou fica.

A humanidade é diferente demais para cultuar o mesmo Deus da mesma forma.

Você guarde sua fé, só a sua.

Porque se é desprezível viver olhando a vida dos outros, que dirá viver maldizendo a fé de um grupo de pessoas.

Precisamos aprender pensar como um povo com liberdade religiosa, sem nunca esquecer do respeito e amor ao outro.