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Carta a um amigo

Carta a um amigo


Lembra quando você me perguntou se eu sabia definir o amor?
Eu falei que o amor era olhar todos os dias para aquela pessoa especial, saber que ela é certa e tentar falar com gestos, olhares, o quanto ela significa para nós, mas mesmo assim não conseguir passar nada. Pois é justamente assim que me sinto com relação a você.
Sempre que te olho há uma voz dentro de mim gritando para eu ter coragem, para eu ter forças e contar tudo a ti. Essa voz me diz para eu tentar, para eu confessar, pois essa situação está se tornando insustentável para nós dois. Mas não consigo, não posso.
Há um medo incompreensível, inexplicável que me impede de arriscar. É um medo absurdo de receber um não, ou um talvez... É um medo ridículo de não ser correspondida.
É o medo de perder o amigo que conquistei; é o medo de nunca mais poder falar contigo, de que você pense que vai me machucar se ficar ao meu lado. É o medo que você fuja ou passe a me evitar!
É por isso que talvez eu tenha agido de forma atípica essas semanas: mal conversando contigo, fugindo das suas brincadeiras, esquivando-me dos seus abraços, privando-me de olhar em seus olhos!
E não pense que isso não me dói; ficar longe de ti me machuca muito... Demais!
Talvez seja por você conseguir me decifrar tanto que ultimamente ande fugindo de você, pois tenho receio que consigas ler o que guardo no meu íntimo. Tenho receio de que fale mais do que deva, pois quando estou contigo não consigo pensar com clareza.
Queria descobrir uma forma de te explicar tudo sem que precisasse colocar em risco nossa amizade... Queria que houvesse uma forma de te contar que te amo sem correr risco nenhum.
Só queria que soubesses sem que eu precisasse mentir ou me iludir com falsas promessas.
Só queria que você entendesse, me ouvisse e não se afastasse de mim, mesmo tendo que dizer que não me ama, mesmo tendo que me explicar que é somente meu amigo.
Mesmo que as minhas palavras de amor fiquem entre nós, não quero que se afaste de mim, não quero perder você.
Eu preciso saber que você está aqui, perto de mim.
Com amor,
Sua Anjinha.
PS: Essa é a última carta que escrevo a você.

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IORGAMA PORCELY ESCRITO POR IORGAMA PORCELY Escritora
São Leopoldo - RS

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