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Acreditar Força o Destino

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Contava meu bisavô para o meu avô que contou para mim.

Estava quase sempre uma cigana no final da praça, embaixo das sombras das árvores que faziam parte daquela paisagem.

Naquele ponto, passavam diariamente os transeuntes na tarefa da vida diária. Ela, tal qual é o destino de toda cigana, sobrevivia as custas das leituras das mãos.E todos os dias lá estava a bela cigana a visualizar os destinos do povo que a ela recorriam. Inteligente, de sabedoria adivinhatória, alegrava ou entristecia os que lhe entregavam as linhas para a leitura, que, segundo ela, era a escrita de Deus determinando os destinos.

Certa tardinha, a cigana recebe um novo cliente. E este, parecia preocupado, querendo saber sobre o que estava preparando a vida para o seu futuro. A mulher ficou interessadíssima.Aquele era um homem bastante vistoso, de mãos fortes e linhas longas e bem marcadas. Ela fez um silêncio significativo, respirou fundo, parecendo vislumbrar, já, o futuro daquela pessoa. De posse de suas mãos , começou a análise e falou:

- Seu nome é...

- Nicodemos - respondeu o homem apressado,antes que ela o adivinhace, tão nervoso estava.

- Vejo, senhor Nicodemos, coisas boas para o seu futuro...

Nicodemos entusiasmado arrumou-se um pouco mais no banco,e esperou o que vinha a seguir.

- Tem uma mulher no seu caminho...querendo saber sobre a sua vida, interessada em traçar o seu futuro. Sabia disso? E não se trata de uma esposa...

- Esposa não deve ser, não senhora! Não sou casado! Ajudou Nicodemos a cigana.

- Ah, bom...O senhor é muito trabalhador, suas mãos é de quem trabalha bastante.

- Muito minha senhora.Trabalho oito horas por dia. É puxado, mas da bem para o sustento da vida. E esta mulher que a senhora cigana fala é destas redondezas?

-Sim...

- É solteira, casada? - pergunta curioso.

É solteira, bonita e está interessada em sua pessoa, para assuntos amorosos e...de negócios.O senhor Nicodemos é mesmo um homem de sorte!

- Me fale mais sobre isso, por favor!

- É a mulher dos seus sonhos. Até então mora para onde da o vento. Sem rumo, sem sorte, sem tempo.Sobrevive por meio da magia das ilusões e das crenças...tem o dom da palavra certa, na hora certa, para destinos incertos...tem cabelos longos e lisos e pele suavemente morena.Os olhos, são como a jabuticaba no seu pleno amadurecer...

- Mas eu estou tonto,dona cigana! Preciso conhecer este tesouro que me descreves com tanto conhecimento,com tanta precisão adivinhativa!

Falou meu bisavô para meu avô que contou para mim, que ainda hoje, naquela praça, debaixo das sombras das árvores se pode encontrar, dia sim, dia não,devido a idade, a senhora cigana e senhor Nicodemos.

Ela lê mãos e ele recolhe o dinheiro.

O DESTINO NÃO FALHA PARA OS CRÉDULOS.

                    Assim disse o meu bisavô para o meu avô...

                                                                             

                                                                   (ELENA)

 

 

 

 

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m.elena.costa ESCRITO POR m.elena.costa Escritora
São Miguel dos Campos - AL

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