A APARIÇÃO EM GUAXUMA

            No dia 21 de julho do ano de 2002, por volta das 17h00min, presenciei um fato inédito: um ser aquático mutante saindo das águas do mar de Guaxuma! Fiquei impressionado com o que eu vi! Não era nem peixe, não era nem humano. Andava em cima da lâmina das águas do mar. Veio em direção do continente até pisar nas areias da praia. Atordoado e temendo o fenômeno, me escondi por trás de uma velha jangada abandonada. De lá pude observar todo o movimento da criatura sobrenatural. As suas pernas eram parecidas com as de um avestruz, mas não tinha as mesmas curvaturas em suas articulações. Seu tórax era liso sem aparentar nenhumas estruturas ósseas, ou seja, costelas, clavículas e espinha dorsal. Toda a sua derme era de uma cor entre cinza e um azul claro. A sua cabeça apresentava dois olhos pequenos e de uma cor alaranjada. Fora os olhos, um corte acima do queixo que apresentava ser a sua boca. Era um pouco mais alto do que eu. Seus braços eram curtos onde as suas mãos não apresentavam nenhum dedo. Nesse exato momento percebi que saia de seu corpo uma neblina azulada, como se estivesse exalando algum componente para um determinado fim. Estava certo. Era uma defesa natural para repelir alguns caranguejos que se aproximava. O odor era insuportável que irritou as minhas vias respiratórias, fazendo-me espirrar. A criatura sentiu a minha presença e olhando-me fixo voltou rapidamente para as águas profundas do mar de Guaxuma. Apavorado, temendo por minha vida, afastei-me imediatamente do local da aparição. Mas como sempre fui muito curioso e cabeça aberta, voltei para investigar o que ele procurava nas areias da praia. Depois de duas horas encontrei uma argola com inscrições de um idioma não terráqueo, devido aos símbolos e traços na superfície da argola metálica. O curioso é que parecia uma aliança de noivado! Já era noite e resolvi voltar para a casa. Estava no meu quarto pensando o que fazer com aquele objeto. Sei que não poderia confessar para ninguém, pois temia ser ridicularizado por parentes e amigos. No outro dia procurei um amigo que era um profundo estudioso de ciência oculta na tentativa de desvendar o fato ocorrido. Após relatar o acontecido, olhando-me desconfiado, com toda razão, entreguei-lhe o objeto que estava em minha posse. Já em suas mãos olhava-o fixamente e não falava nada. Depois de dez minutos disse-me:

___Bom..., parece-me que se trata de uma aliança com essas inscrições e símbolos esquisitos! O que posso fazer por você é que deva procurar alguém especializado em ufologia. Provavelmente poderá te oferecer uma explicação racional. Certo?

            Devolvendo-me o objeto, disse-o:

___Agradeço a sua tentativa. Vou seguir o seu conselho!

            Saí e voltei para a casa. No decorrer da viagem, sentado ao meu lado no ônibus, um jovem lia um livro com o seguinte título: “Não Estamos Sós No Universo”. Pensei que finalmente alguém iria me dá a resposta tão procurada por mim! Sentindo que iria parar com a leitura, adiantei-me no diálogo desejado:

___Tudo bem! É bom este livro? Ele trata de óvnis?

___Com certeza!... Fala de viajens espaciais e seres alienígenas de varias espécies.  O livro aborda que há séculos estão entre nós, os novos moradores do “Planeta Azul”. Fantástico!!!

___Mas você já viu algum desses seres falado neste livro? Perguntei-o.

___Ainda não. É por isso que eu comprei este livro para melhor me preparar. Quem sabe: um encontro de terceiro grau.

___Você os teme?

___Claro!...

___Por quê?

___ São esquisitos e feios. Sabe lá se não comem carne humana!

___É. Mas são tão evoluídos para ser carnívoros, ter desejos tão animais...

___ É melhor desconfiar do que confiar e se lascar!

___Onde eu posso adquirir um exemplar como esse?

___ Fique com esse. Eu tenho dezenas lá em casa. São tantos que já estou percebo temas que se repetem em outros volumes. Bem..., o meu ponto é o próximo. Devo descer. Até outro dia!

___ Até.

            Finalmente chegou o momento de descer. Fui para a minha casa tomar um bom banho, jantar, e começar a leitura do livro presenteado pelo jovem. Já no quarto, em minha cama, fui lendo páginas por páginas até finalizá-lo. Para a minha surpresa não encontrei nada a respeito da estranha criatura da Praia de Guaxuma. Não me desanimei. Fui buscar na internet tudo a respeito de óvnis, extraterrestre, aparições, fenômenos paranormal, magia, e tantos outros temas que não sabia mais o que fazer para ter a resposta esperada. Por volta das três horas da madrugada comecei a sentir o mesmo odor liberado pela “criatura estranha”. Olhando pela janela do quarto vi que não se tratava só da mesma criatura, mas, de outra da mesma espécie. Erguia um dos seus braços, pedindo-me algo. Percebi o que se tratava: a argola metálica. Apavorado, olhando aquelas criaturas em minha calçada, pedindo-me o que lhes pertencia, não sabendo nada a respeito deles, principalmente se eram carnívoros ou vegetarianos, não tive alternativa a não ser de lhes entregar o que queriam. Meu quarto ficava no segundo andar e meus pais já estavam dormindo. Então resolvi colocar a argola metálica em uma sacola de pão e arremessar pela janela. Assim fiz. De repente um dos seres aproximou do saco de pão abrindo-o e retirando o objeto de dentro. Logo se dirigiu para o outro. As suas pequenas bocas se transformaram em dois belos sorrisos com ar de felicidade e perdão, se abraçaram, se beijaram, e ali se amaram!...

            Finalmente a resposta que tanto procurava a encontrei. Era uma aliança de compromisso, uma espécie de “elo de amor cósmico”. Imagine: dois seres interplanetários ou não, inacreditavelmente noivos, ambos amando-se em frente da minha casa! Por isso que é difícil acreditar na minha história. Quem saberá se é verdade ou não os fatos ocorridos? Mas o melhor conselho que eu possa oferecer, inspirado nesta história real é: não enfie o dedo onde não é chamado!!  

            Acredite se quiser.