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QUANDO A RESIGNAÇÃO É A MELHOR ATITUDE

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Têm pessoas que nos tiram do sério. Provocadores e parecem não desistir nunca de tentar nos arrastar para o campo de batalha. São os geradores naturais de conflitos e desprovidos de habilidades para viverem harmonicamente em ambiente de paz. Às vezes, dá-nos vontade de encarar e mostrar quem é quem, mas, pensando bem, que fruto poderemos obter desse enfrentamento? Será que nessa hora a resignação é mais apropriada? Ou é o momento de ficar silente e proteger o maxilar dos golpes que estão por vir, até que o agressor desista por exaustão? A resposta líquida e certa ainda não sei, todavia peço permissão para contar mais uma experiência de trabalho.

Parecia um dia de trabalho como outro qualquer, se não tivesse acontecendo, na frente do prédio, diante de uma plateia inflamada contra uma lista de reivindicações plausíveis, um animado discurso sindical. Até aí, tudo bem. Sou até solidário, embora não tenha, até então, o perfil para esse tipo de militância. Contudo, o fato que me tirou do sério foi quando ouvi o meu nome pronunciado, e não foi por honra nem por estimada consideração, mas movido por uma informação leviana e tendenciosa, o orador acusava-me de perseguição, assédio moral e outros adjetivos do gênero. Sem querer perder toda aquela energia concentrada na ira, e sabendo do poder das armas que eu tinha, dirigi-me até o elevador, disposto a assumir o microfone e partir para o contra-ataque (era tudo que eles queriam, suponho), mas, no caminho lembrei-me do Araújo (um servidor aparentemente simples do RHi, mas dotado de muita sabedoria) que, no dia anterior, sabendo dos rumores que culminariam naquele discurso, deu-me o seguinte conselho: Edson, peça a Deus paz no coração. Se o seu coração não estiver em paz, então é hora de ficar quieto. Então me fiz as seguintes perguntas: “Seu coração está em paz?”. Respondi-me que não. Questionei-me novamente: “Você está irado?”. Respondi-me que sim e cheguei à conclusão de que era melhor recuar. Quando a porta do elevador abriu, já tinha tomado à decisão de não atacar ninguém e, simplesmente, aguardar que o tempo socializasse a verdade. Isso também não se aprende nos cursos de capacitação. Isso vem de Deus.

A partir de então, a estrutura jurídica sindical foi colocada à disposição das almas inflamadas e, após uma apuração minuciosa um juiz federal, proferiu a seguinte sentença: (…) Com efeito, não há como identificar-se qualquer ilicitude no agir do Sr. Edson(...), eis que este atuou, tão somente, no exercício do dever legal. (…) A ação desenganadamente desprocede, às escâncaras. Nunca fui sequer chamado para depor nem adicionei os instrumentos de prova que possuía que agravasse ainda mais a situação dos reclamantes. Em que pesem as consequências punitivas contra os geradores do alvoroço, um aparente clima de respeito passou a reinar entre mim e a liderança sindical, após o conhecimento da verdade, embora que tardio.

Todavia há uma pergunta que até hoje não cala na boca dos amigos mais achegados: diante de tantas provas contundentes dos crimes praticados contra a sua honra, por que não processa a entidade por danos morais e enquadra criminalmente os autores das intrigas? Minha resposta: “A guerra acabou, a vitória é minha e ninguém a toma das minhas mãos. Isto basta”. Como afirmado no capítulo II, uma coisa é perder; outra é perder com humilhação. Deixemos, portanto, uma saída honrosa para os nossos adversários.

Com efeito, necessitamos entender que entre vencer e derrotar o inimigo há uma grande diferença. Quando alguém luta com o objetivo de derrotar o adversário, é nele que estará o foco da sua batalha; é ele quem estará ocupando a sua imaginação, em detrimento de algo produtivo e que venha proporcionar-lhe bem estar. Uma vez centrado tão somente na vitória, o inimigo poderá até ocupar o seu pensamento, mas como alguém digno da sua piedade.


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Edson de Carvalho Silva ESCRITO POR Edson de Carvalho Silva Escritor
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