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RETROSPECÇÕES DA ALAGOAS-ARTÍSTICA EM ENTREVISTAS À IMPRENSA ALAGOANA (1976-2009)

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                                                                                                                           Ricardo Maia**

 

 

            As referências a fatos e processos históricos vivenciados pelos artistas alagoanos, durante suas infâncias e adolescências, perfazem dois números percentuais muito próximos no que tange às dimensões macro (48%) e micro-sociais (52%) da memória da Alagoas-artística. Memória esta que foi produzida, pela imprensa alagoana, no período de 1976 a 2009.

            Adotou-se aqui, portanto, essas duas categorias analíticas com base na seguinte observação de Halbwachs (2006, p. 71): “[...] existem memórias individuais e, por assim dizer, memórias coletivas. Em outras palavras, o indivíduo participaria de dois tipos de memória.” Por isso, aqui, a dimensão micro diz respeito às memórias individuais (ou privadas) e a dimensão macro às coletivas (ou públicas).

            No entanto, em certas ocasiões, de acordo ainda com Halbwachs (2006, p. 71-72), o indivíduo apenas “[...] seria capaz de se comportar simplesmente como membro de um grupo que contribui para evocar e manter lembranças impessoais, na medida em que estas interessam ao grupo. [...] a memória coletiva contém as memórias individuais, mas não se confunde com elas ― evolui segundo suas leis e, se às vezes determinadas lembranças individuais também a invadem, estas mudam de aparência a partir do momento em que são substituídas em um conjunto que não é mais uma consciência pessoal.”

            E acrescenta: “A memória coletiva retrocede no passado até certo limite, mas ou menos longínquo conforme pertença a esse ou aquele grupo. Além disso, ela já não atinge diretamente os acontecimentos e as pessoas.” (Halbwachs, 2006, p. 133).

            Sendo assim, “os acontecimentos” lembrados pela Alagoas-artística do período sócio-histórico abordado (1976-2009) são: “a revolução de [19]30” [1], a fundação da “Ata em1955” [2], e “a primeira feira de indústria”, do Estado de Alagoas, que foi organizada “em1960”nos moldes de uma outra “que tinha acontecido em Nova York” [3].

            Já as pessoas (ou personagens reais) mais presentes nas memórias individuais e/ou coletivas dos artistas alagoanos entrevistados são, por sua vez, as seguintes: Aristeu Bastos, Aurélio Buarque de Holanda, Célio Mousinho, Coronel Grozella, Dalverez Carneiro Luciano, Diegues Junior, Ferreira Júnior, Gildo Marçal, Graciliano Ramos, Helena Barros, Heloísa Ramos, Humberto de Campos, Jorge Cooper, José Aroldo, José Lins do Rego, José Marcio Passos, Lima Barreto, Linda Mascarenhas, Lourenço Peixoto, Monsenhor Luiz Barbosa, Machado de Assis, Marjorie Andrade, Noel Clark, Odete Pacheco, Oscar Talismã, Patrícia, Rui Barbosa, Sabino [Romariz], "Seu" Luís, Stênio Reis, Teixeira Bastos, Théo Brandão, Valderez Carneiro Luciano, Vaslav Nijinsky. “A memória”, como nos ensina Bosi (1992, p. 28), “[...] articula-se formalmente e duradouramente na vida social mediante a linguagem. Pela memória as pessoas que se ausentaram fazem-se presentes. Com o passar das gerações e das estações esse processo ‘cai’ no inconsciente lingüístico, reaflorando sempre que se faz uso da palavra que evoca e invoca. É a linguagem que permite conservar e reavivar a imagem que cada geração tem das anteriores. Memória e palavra, no fundo inseparáveis, são a condição de possibilidade do tempo reversível.”

            Daí porque, na teoria de Halbwachs (2006, p. 73-74): “Nomes próprios, datas, fórmulas que resumem uma longa seqüência de detalhes, às vezes uma historinha ou uma citação: é o epitáfio dos fatos de outrora, tão curto, geral e pobre de sentido como a maioria das inscrições que lemos sobre os túmulos.” Por isso mesmo que ainda na visão deste teórico: “A história parece um cemitério em que o espaço é medido e onde a cada instante é preciso encontrar lugar para novas sepulturas.”

            Opondo-se à esta visão saturnina da história, produzida por Halbwachs, Alfredo Bosi (1992, p. 19 e 21) contrapõe uma reflexão poético-fenomenológica sobre “o tempo e os tempos” dessa mesma história. E assim o faz se perguntando: “Datas. Mas o que são datas?” Questão à qual, aliás, ele próprio responde: “[...] são pontas de icebergs, [...] são números, [...] combinações de algarismos; [...] são pontos de luz sem os quais a densidade acumulada os eventos pelos séculos dos séculos causariam um negrume que seria impossível sequer vislumbrar no opaco dos tempos os vultos das personagens e as órbitas desenhadas por suas ações. [...] As datas seriam marcos, alto-relevo no bronze dos tempos, pedras miliares de um caminho árduo onde até as pedras testemunham. [...] As datas seriam momentos de uma série dramática: as fases de crise e negatividade preparam os avanços da humanidade, quer pelo domínio das forças naturais, quer pela realização indefectível de uma perfeita convivência social; quer, enfim, se a perspectiva é religiosa e milenarista, pelo triunfo do Bem sobre o Mal com a instauração do Reino.”

            Nesta perspectiva, segundo ainda Bosi (1992, p. 21 e 26), a data é “um número-índice, o elo mais ostensivo de uma cadeia de sentido. [...] As datas anunciam o ponto de partida daqueles regimes, ou o seu ápice, ou, enfim, o momento exato em que cedem lugar ao período que os vai superar.” E diz mais: “Pela concepção pontual e contingencial do tempo, que ninguém se deslumbre com a importância conferida a datas.”

             E, enfim, “recortando datas-símbolos e especulando sobre elas” – obviamente para evocar “eventos tão celebrados e identificados por suas datas” –, Bosi (1992, p. 26 e 30), conclui assim a sua reflexão definidora dos possíveis significados das “datas” nas memórias individuais, coletivas e históricas dizendo: “A cronologia, que reparte e mede a aventura da vida e da História em unidades seriadas, é insatisfatória para penetrar e compreender as esferas simultâneas da existência social.” E acrescenta: “As datas, como os símbolos, dão o que pensar.” (Bosi, 1992, p. 32)

             Neste sentido, as “datas” ordenadas cronologicamente, e que de fato dão aos artistas alagoanos o que pensar, são as que marcam numinosamente os seguintes “anos”: 1938-39, 1942, 1953, 1955, 1960, 1972 e 1973. Já as “décadas” recordadas por esses artistas em situação de entrevista à imprensa alagoana foram: 1930, 1940 e 1970. Datas estas que estes artistas, ao testemunharem como atores sociais a “vida da época” [4] vivida por eles e outros, representam-nas simbolicamente como, por exemplo: “uma época muito áurea” [5], quando “as famílias ficavam nas calçadas conversando, de maneira que a sociedade era mais concentrada” [6]; ou, então, “numa época difícil onde muitos amigos se dispersaram, presos, torturados, drogados, bêbados” [7]; “a época da ditadura militar” [8]; uma época de “falsos valores, falsos medalhões que estavam na imprensa local” [9]; uma época, aliás, “da Maceió [...] desaparecida, que só existe nas páginas” [10] de certos livros de alguns poucos escritores alagoanos.

            As fases ou períodos recordados também marcam, por sua vez, suas presenças nas memórias individuais e/ou coletivas dos artistas alagoanos quando são entrevistados pela imprensa local. Assim, os períodos lembrados por eles são: o tempo de lua na cidade de Maceió ainda sem luz elétrica [11] e “os períodos de excelente desempenho e de quedas vertiginosos no faturamento dos cinemas” [12]; os “inícios” das décadas 1970, 1980 e, inclusive, os “meados” e “finais” das décadas de 1960 e 1970, “quando começou a aparecer nudez, palavrão” [13].

            Como se pode notar, as lembranças dessas fases ou períodos constituem memórias tipicamente coletivas; pois os olhares retrospectivos focados nas datas testemunhadas acima, pela Alagoas-artística quando esta recorda sua infância e adolescência, fizeram-na refletir o cotidiano da capital alagoana manifestando assim, como observa Halbwachs (2006, p. 74), “[...] os interesses comuns do número maior dos que lêem os jornais e prestam alguma atenção aos negócios públicos.”

            Mas o contrário também ocorre nos processos de produção mnemônica em “nossas sociedades nacionais tão vastas” (Halbwachs, 2006, p. 74). Daí ser interessante salientar que, no corpus de enunciados lingüísticos extraídos das entrevistas impressas para serem analisados neste projeto, observou-se que das 9 (nove) regiões criativas do referido campo social, 3 (três) delas ― Artes Visuais, Arquitetura e Música ― não recordam datas históricas ao produzirem suas lembranças de infâncias e de adolescências na imprensa alagoana. Fato este que parece ser simbolicamente sintomático; pois revela 3 (três) subcampos intelectuais a-histórico que, mesmo pondo assim um fim à História, servem-se dela constantemente no cotidiano de suas práticas e representações profissionais. É quando de fato a história que eles produzem ― e que os produz ― não só “carece de nomes e de números”, como diria Bosi (1992, p. 19); mas, inclusive e sobretudo, “de numes”...

            Muito curioso também parece ser o fato de, na região da Arquitetura, não haver referência inclusive a localidades. Aliás, na referida região, as únicas menções feitas às obras de arte, para além da arte do “desenho” [14] ― ou dos desenhos das revistas de “quadrinhos” mais especificamente ―, referem-se com mais intensidade às criações do campo literário; como, à exemplo interessante: aos livros “Príncipe Valente”, de Hal Foster, e “Menino do Engenho” [15], do escritor paraibano José Lins do Rego.

            Sobre casos como esse, Halbwachs (2006) assinala a existência de uma memória sem contextos. Para ele, essa espécie de memória parece, de fato subjetivo, “[...] demonstrar que em todo ato de memória haja um elemento específico, que é a própria existência de uma consciência individual capaz de se bastar.” (Halbwachs, 2006, p. 81). Daí porque este teórico faz referência, inclusive, a um pequeno número de momentos singularmente dilatados; isto é, acontecimentos individuais ou privados vividos como se estivessem fora da corrente da vida social; e, embora esses acontecimentos dividam o tempo sem preenchê-lo, eles seriam decerto produtos de um pensamento mnemônico alerta que constituiria linhas de demarcação no tempo; e, por isso mesmo, seriam bastante notáveis a priori apenas para quem os vivencia (Halbwachs, 2006).

            Neste sentido, é possível concluir que essa memória descontextualizada representaria uma variante simbolicamente sintomática de memórias hiperindividuais (ou hiperprivadas) que demarcariam, contudo, por sua vez, datas, idades, períodos, acontecimentos e épocas sob o signo do profundamente idiográfico. Por exemplo: o dia e o ano do próprio nascimento, em 22 de junho de 1936 [16]; o nascimento e a moradia vizinhos ao Cine Lux [17]; as “paisagens da infância” [18]; a “infância simples” [19]; o início precoce, aos 13 anos de idade, de uma vida dedicada ao palco [20]; a vida atropelada de estudante [21]; os 95 anos de idade da tia católica praticante [22]; a morte prematura do pai aos 52 anos de idade [23]; a saída de casa aos 14 anos de idade [24]; a saída de Maceió aos 16 anos de idade, em 1981, para se profissionalizar em teatro [25]; o nascimento do compositor musical aos 17 anos de idade [26]; a história de vida do escritor [27]; “meio século de vida dedicado à produção teatral” [28]; a vida intensa de Jorge Cooper... [29]

            Ora, como a propósito esclarece ainda Halbwachs (2006, p. 75), em seu excelente estudo sobre A Memória Coletiva: “Os acontecimentos e as datas que constituem a própria substância da vida do grupo não podem ser para o indivíduo mais do que sinais exteriores, aos quais ele não se relaciona a não ser sob a condição de se afastar de si.”

 

 

[*] Este texto é parte do relatório final de uma pesquisa de iniciação científica que foi entregue, em agosto de 2010, ao Programa Semente da Iniciação Científica (PSIC), do Centro Universitário CESMAC. Tal pesquisa, no entanto, foi financiada pela Fundação de Amparo a Pesquisa no Estado de Alagoas (FAPEAL). Agradecimentos à aluna-bolsista Ana Eliza da Rocha Lima, do Curso de Psicologia do CESMAC, por ter colaborado na coleta e discussão dos dados.

[**] É alagoano de Maceió, mestre em psicologia social pela PUC-SP e, atualmente, faz pesquisas no IHGAL sobre a Alagoas-artística. Na década de 1980, participou ativamente dos movimentos culturais do Grupo Vivarte (1984-1985) e da Cruzada Plástica (1987-1988). Na primeira década deste século, ensinou em diversas instituições de ensino superior. Desde a última década do século XX, vem colaborando na imprensa alagoana com ensaios que abordam, numa perspectiva interdisciplinar, o campo da arte em Alagoas.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOSI, Alfredo. O tempo e os tempos. In: NOVAES, Adauto (org) et al. Tempo e história. São Paulo: Companhia das Letras: Secretaria Municipal de Cultura, 1992.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. 1ª ed. São Paulo: Centauro, 2006.

 

NOTAS E FONTES JORNALÍSTICAS

[1] Cf. Ib Gatto entrevistado por Fernando Coelho in Gazeta de Alagoas. Maceió, 15 Out. 2006. Caderno B, p. B1.

[2] Cf. Homero Cavalcante entrevistado por Bárbara Esteves in Rev. Sala de Notícias, do CESMAC. Maceió, Ano 5 – nº 8 – maio/junho 2009, p. 34.

[3] Cf. Marcos de Farias Costa entrevistado por Janayna Ávila in Gazeta de Alagoas. Maceió, 4 out. 2009. Caderno B, p. B2.

[4] Cf. Ib Gatto entrevistado por Fernando Coelho in Gazeta de Alagoas. Maceió, 15 Out. 2006. Caderno B, p. B4.

[5] Cf. Eliana Cavalcanti entrevistada por Janayna Ávila in Gazeta de Alagoas. Maceió, 1 mar. 2009. Caderno B, p. B2.

[6] Cf. Ib Gatto entrevistado por Fernando Coelho in Gazeta de Alagoas. Maceió, 15 Out. 2006. Caderno B, p. B2.

[7] Cf. Marcos de Farias Costa entrevistado por Janayna Ávila in Gazeta de Alagoas. Maceió, 4 out. 2009. Caderno B, p. B2.

[8] Cf. Marcos de Farias Costa entrevistado por Janayna Ávila in Gazeta de Alagoas. Maceió, 4 out. 2009. Caderno B, p. B1.

[9] Cf. Marcos de Farias Costa entrevistado por Janayna Ávila in Gazeta de Alagoas. Maceió, 4 out. 2009. Caderno B, p. B1.

[10] Cf. Lêdo Ivo entrevistado por Carlos Nealdo in Tribuna de Alagoas. Maceió, 21 ago.2005. Caderno Arte & Cultura, p. 7.

[11] Cf. Ib Gatto entrevistado por Fernando Coelho in Gazeta de Alagoas. Maceió, 15 Out. 2006. Caderno B, p. B2.

[12] Não foi possível citar aqui a fonte hemerográfica desta entrevista de Elinaldo Barros porque, no processo de coleta de dados o digitador esqueceu-se de indicar, em nota de rodapé, a referida fonte. O que impossibilitou também a equipe desta pesquisa, por falta de tempo hábil, de buscar tal fonte e verificar se a transcrição feita pelo Projeto Pedra de Toque estaria mesmo ao pé da letra. Contudo, resolveu-se mesmo assim citar o referido criativo por duas razões: a singularidade enunciativa do fluxo mnêmico produzido por ele e a sua importante personalidade criativa para a história da cinefilia em Alagoas.

[13] Cf. Eliana Cavalcanti entrevistada por Janayna Ávila in Gazeta de Alagoas. Maceió, 1 mar. 2009. Caderno B, p. B2.

[14] Cf. Valéria Cox entrevistada por James Silver in Salada Magazine. Maceió, Nov. 2005, p. 48-49.

[15] Cf. Ruben Waderley Filho entrevistado por Marcelo Cabral in Revista Urupema. Maceió, set. 2007, nº 2, p. 14-16.

[16] Cf. Hermeto Pascoal entrevistado por Lelo Macena e Elexsandra Morone in Gazeta de Alagoas. Maceió, 12 abr. 2005. Caderno A, p. A2.

[17] Ver nota número 17.

[18] Cf. Lêdo Ivo entrevistado por Roberto Amorim in Esse. Maceió, 27 fev. a 5 mar. 2009. Entrevista, p. 23.

[19] Cf. Lucas José entrevistado por Clevis Oliveira in O Jornal. Maceió, 25 jul. 2004. Caderno Dois, p. B1/Variedades.

[20] Cf. Lael Correa entrevistado por Wado Schilickmann in Gazeta de Alagoas. Maceió, 25 mar. 2007. Caderno B, p. B1.

[21] Cf. Marcos de Farias Costa entrevistado por Janayna Ávila in Gazeta de Alagoas. Maceió, 4 out. 2009. Caderno B, p. B2.

[22] Cf. Ranilson França entrevistado por Lelo Macena in Gazeta de Alagoas. Maceió, 26 Jul. 2005. Caderno A, pag. A2.

[23] Cf. Marcial Lima entrevistado por Silvana Valença. in O Jornal. Maceió, 25 jan. 1995. Caderno Dois, p. B1.

[24] Cf. Juarez Orestes Gomes entrevistado pela Editoria de Cultura in O Jornal. Maceió, 12 abr. 2007. Caderno Dois, p. B-1.

[25] Cf. Glauber Teixeira entrevistado pelo O Jornal in O Jornal. Maceió, 10 dez. 2006. Caderno Dois, p. B-1.

[26] Cf. Adriano Siri entrevistado por Fernando Coelho in Gazeta de Alagoas, Maceió, 12 jan. 2008. Caderno B, p. B1e B2.

[27] Cf. Theobaldo Barbosa entrevistado por Cíntia Ribeiro in O Jornal. Maceió, 27 maio 1998. Caderno Dois, p. B-1.

[28] Cf. Pedro Onofre entrevistado por Clevis Oliveira in O Jornal. Maceió, 21 mar. 2004. Caderno Dois, p B-3/Variedades.

[29] Cf. Marcos de Farias Costa entrevistado por Janayna Ávila in Gazeta de Alagoas. Maceió, 4 out. 2009. Caderno B, p. B1, B2, B3, B5 e B6.

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Ricardo Maia ESCRITO POR Ricardo Maia Escritor
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