Tema Acessibilidade

O Rei Está Morto


Eu sempre me orgulhei da minha intuição(ou será experiência?): capaz de prever quando as pessoas estavam sendo verdadeiras ou quando estavam representando. Graças a isso já havia me livrado de tantas pessoas falsas durante esses anos, então... Por que justo com você eu falhei miseravelmente? O seu sorriso parecia tão sincero, seus olhos pareciam me encarar de forma tão verdadeira e suas palavras eram ditas de forma calma e natural, que eu não fui capaz de perceber que isso não era real. 

Pergunto-me se valeu a pena. Valeu a pena todo o tempo que você passou estudando as coisas certas para me dizer? Valeu a pena todo o trabalho que você teve criando esse manual de como me agradar? Pensando bem eu deveria ter desconfiado, afinal, você se encaixava bem demais nas minhas expectativas para não ser uma personagem. E que ótimo ator você é! Merecia, no mínimo, uma indicação ao Oscar. Você conseguiu me convencer por tempo demais, mas finalmente eu percebi a verdade por trás das suas menitras.

Não, toda essa raiva aqui dentro não foi causada por eu estar loucamente apaixonada por você e ter descoberto a farsa. Não mesmo. Eu não amo você e também não estava me apaixonando por você. Eu estava apenas encantada com você! Feliz por finalmente ter encontrado alguém que valia a pena. Alguém que eu queria conhecer direito e que parecia valer o risco. Este é o motivo da minha raiva.  

Eu quis arriscar, apostar minhas fichas em você e sair vitoriosa no final. Entretanto, você fez o movimento errado. Achou que já estava com a partida ganha e quando eu dei xeque-mate, você bagunçou o jogo porque não queria/sabia perder. Deixa eu te dizer: você deveria ter mantido a máscara no final porque, mesmo você tendo fugido covardemente, eu teria acredito que valeu a pena arriscar e não me sentiria tão frustrada.

Ei, pequeno covarde, você perdeu a chance de conhecer uma pessoa incrível sabia? Eu pensei que você fosse capaz de suportar tudo: dos meus silêncios até as minhas risadas exageradas. Mas o meu jeito de dizer/sentir tudo o que eu penso/vivo te assustou e você sequer deu uma chance para nós; Para ver se seríamos apenas amigos ou se teríamos algo mais. 

Simplesmente, ficou com medo e partiu sem ao menos dizer adeus. Agora, meses depois, você volta me dizendo estar arrependido por ter tirado conclusões precipitadas e tenta me convencer que dessa vez fará dar certo. Uma pergunta: dar certo o quê? Naquela época não tivemos a chance de nos tornarmos sequer amigos! Eu te dei uma oportunidade de conhecer o meu mundo e você recusou ao correr para longe ao se sentir confuso e assustado. Naquele dia você não teve coragem de dizer adeus, mas, diferente de você, eu sou bem capaz disso: adeus menino covarde!

 
 
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados ao autor. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
0
1 mil visualizações •
Denuncie conteúdo abusivo
IORGAMA PORCELY ESCRITO POR IORGAMA PORCELY Escritora
São Leopoldo - RS

Membro desde Abril de 2010

Comentários