Vestido de carne
Estava eu na pracinha esperando o ônibus escolar. Ela me olhou de uma maneira diferente.
Não pude quebrar o brilho de seus olhos. Então, fiquei nadando em dúvidas.
Não posso saber se o olhar era sincero ou se era trejeito. O interior dela deu-lhe na face um sentimento que não me permitiu julgá-lo.
Observei o rosto. Iniciei a vê-la. Não era um "v" físico, natural. Talvez a solidão, as influências externas forçaram-na a exprimir emoções impróprias.
Fui vítima de um princípio vermelho. Quem sabe uma diversão irônica do ser vestido de carne.
Cadernos, 1997.
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