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Bicho Papão

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Do seu rosto uma vez belo,

se vê enrugado,

com dobras que  marcam anos vividos.

Os cabelos escuros e fartos,

agora poucos e prata.

O corpo uma vez cheio de curvas,

se tornou roliço, sem atrativos.

As pernas torneadas e fortes,

Hoje, frágeis, doloridas e hesitantes.

 

Mas ainda criança...

Cheia de meninices.

Ainda com medo do Bicho Papão.

Que papou o companheiro,

E esse se foi duas vezes,

Uma no divorcio outra quando morreu.

 

Os filhos que crescem e nunca ficam adultos.

Ainda brigam,

Fazem birra,

Se escondem.

Ficam ocultos sem visitá-la.

Meninos crescidos que agora dão mais trabalho.

 

Ainda tem medo do escuro,

No escuro vem de novo o bicho papão.

E papa as amigas, os vizinhos e conhecidos.

Leva a vitalidade, a saúde e a disposição.

 

Envelhecer e voltar a ser criança,

Assim temer de novo o bicho papão.

 

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Cida Lima ESCRITO POR Cida Lima Escritora
Maceió - AL

Membro desde Setembro de 2009

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