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Deem o título que quiserem...

  

 Uma amiga minha conheceu um cara, ele era bem amigo nosso, da nossa rodinha de amigos, eles começaram com uma amizade linda, e quando eles foram ver, já estavam amando um ao outro.

   Mas tinha um problema, a família dela não aceitava de jeito nenhum esse relacionamento. Eles ficaram namorando escondido por mais ou menos três anos, só que teve uma hora que não deu mais, nem pra esconder isso dos pais dela, e nem para eles continuarem do jeito que estavam.

   Ela conversou com sua mãe, pediu pra dá uma chance, mostrar que ele não era o cara que ela pensava que era. Que ele era gente boa, que era um cara que valia a pena namorar. Só que, infelizmente não deu em nada. Sua mãe não mudou sua opinião. Em vez disso, ela proibiu a menina de ficar com o rapaz, a proibiu de vê-lo, mas eles não podiam, não conseguiam mais viver um longe do outro. O amor dos dois era muito forte, eles não iriam conseguir se afastar, não de uma maneira tão injusta como aquela.

   Mais uma vez, mesmo contra a vontade de seus pais, a menina se encontrava escondido com seu amor, mesmo sabendo que era errado, mesmo sabendo que estava desrespeitando a ordem de seus pais. Mas ela não queria nem saber, de jeito nenhum eles poderia separa-la dele. Eles não tinham esse direito, pensava ela.

   Em parte ela estava certa, eles não tinham. Mas sabem como são os pais, né?  Fazem isso tudo para  o “nosso bem”.

   Esses encontros escondidos duraram pouco tempo, e mais uma vez seus pais descobriram. Dessa vez eles estavam com mais raiva ainda da menina. Afinal essa era a segunda vez que ela passava por cima de suas ordens.Eles disseram que queriam falar com ela, o mais rápido possível. Ela já imaginara sobre o que era, então foi ver o que os pais tinham a dizer.

   Chegando lá, só quem estava era seu pai. Ele mandou-a sentar e começou. Falou que nunca iria aceitar esse namoro. Que ela desiludi-se desse garoto. Que, se ela permanecesse com isso, o desconsiderasse como seu pai. Que ela só iria namorar com esse garoto se  por acaso seu pai chegasse a falecer...

   Ela escutou tudo o que ele tinha a dizer e apenas disse:

   “Poxa, isso é muito injusto!”

   Só foi o que saiu da boca da menina. Ela saiu em direção a seu quarto, se trancou lá e passou  o resto da noite chorando, indignada com aquilo. Pensou consigo mesma: “poxa, será que eu não vou ser nunca feliz ao lado da pessoa que amo?”

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   Semanas se passaram e seus pais a colocaram de castigo. Era de casa pra escola e da escola pra casa. Não mais que isso. Ela estava vivendo numa verdadeira prisão. E, pra completar,foram dizer a ela que o garoto estava sofrendo muito. Se sentindo culpado por tudo o que estava acontecendo com ela. Ela odiou saber daquilo.

   Ela então pensou e repensou sobre no que sua vida tinha se tornado. Um cofre de decepções, de injustiças, de desavenças... e ela decidiu que isso não mais poderia continuar.

Ela lembrou-se de uma frase de um livro que há muito ela havia lido. A frase é a seguinte:

“Aprendi que amar não significa estar junto, mas sim querer ver a pessoa feliz , mesmo que isso custe a sua felicidade.”

   Ela se deu conta de que estava sendo injusta com o garoto. Que ela estava fazendo-o sofrer muito. De que estava priorizando a sua própria vontade e esquecendo que ele também tava sofrendo com tudo o que tava acontecendo.

   Ela percebeu que o melhor pra ela era continuar do jeito que tava, brigando com os pais, mas mesmo assim ao lado dele. Mas ela havia esquecido que tudo isso não era justo pra ele. Ele não merecia viver esse inferno. Ele tinha toda uma vida pela frente, e se fosse da vontade de Deus, eles ainda iriam ficar juntos. Certo que ele iria sofrer, e muito com a separação. Mas uma  coisa que ela aprendeu na vida é que tudo passa, até a dor. Nada é pra sempre, infelizmente. A vida é injusta, ou somos nós que a deixamos assim?    Não sei. Só sei que foi e é muito difícil para os dois ficarem separados um do outro. Mas ela sabia que seria melhor assim.

Então , em uma certa tarde, ela saiu e disse aos pais que voltaria cedo. Que iria para casa de sua prima(elas já haviam combinado tudo).

   Ela marcou com ele na praça da cidade onde moravam.

   Chegando lá, quando ela o viu, sentiu todo seu corpo estremecer.    Ela saia que isso seria a coisa mais difícil que ela já fizera em toda sua vida. Mas ela não podia fraquejar, não agora. Ela não podia deixar que isso pendurasse mais que o necessário.

   Ao se aproximarem um do outro, ela foi pega de surpresa. Ele a segurou pela cintura e lhe deu um beijo, que ela sabia que seria o ultimo que ela receberia dele durante um bom tempo. Depois disso ele a soltou.  Olhou-a bem nos fundos de seus olhos, e  isso tornou tudo mais difícil pra ela.

   Enfim, ela disse que precisava conversar com ele. Ele a olhou com um olhar preocupado, temendo o que viria  ser. Mas ouviu tudo o que ela tinha pra dizer atentamente. Quando ela terminou, viu que tinha caído no choro, ele a abraçou e ela percebeu que ele também estava chorando.

   Os dois permaneceram um bom tempo assim, abraçados, chorando um no ombro do outro. Temendo como seria o futuro dos dois sem ter um a outro a seu lado. Temendo que eles fossem tomar rumos diferentes e que nunca mais fossem ficar juntos novamente.

   Depois de mais algum tempo, ela percebeu que já estava muito tarde. Então se despediu dele, fez isso e percebeu o quão difícil seria seguir sua vida sem ele ao seu lado. Sabia que seria difícil, mas tinha que tentar. Se ela realmente amava ele como acreditava que sim, seria capaz de fazer isso, não por ela, mas por ele.

   Então ela percebeu que a frase estava realmente certa, agora, nesse momento em que ela o tinha em seus braços, só queria que ele fosse feliz, mesmo que sem ela. Mesmo que, para isso, ela morresse um pouco todos os dias por não estar ao lado dele.

   O mais difícil foi sair de perto dele. Depois de muito relutar, ela se afastou, olhou para trás e murmurou um EU TE AMO e ele fez o mesmo. Ao sair da praça e ver que nunca mais poderia ficar ao lado dele, que não mais iria poder abraçá-lo, beija-lo, ela se desesperou e quase voltou atrás. Mas foi forte, e quando olhou, sua amiga estava a frente esperando-a.

   Quando saiu da praça, percebeu que metade de seu coração tinha ficado lá, com ele. Entristeceu-se por isso, mas sabia que essa metade que tinha ficado com ele, estava em boas mãos.

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Nayara ESCRITO POR Nayara Escritora
Arapiraca - AL

Membro desde Dezembro de 2011

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