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Lembranças

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No dia em que meu pai, de certa forma já havia morrido mas ainda falava, chorou como criança, por está preocupado com a minha mãe e dois filhos que ainda moravam em casa, e minha mãe saiu do quarto, de onde com ele estava, pedindo-me para tentar acalmá-lo, expus-me a ouvi-lo, quando me perguntou, num tom cortado, quem iria se comprometer com o pão da sua família. Eu lhe prometi que no aspecto da sustentação, eu assumiria seu lugar. Sabia da dor que ele devia estar sentindo, talvez maior que a dor física que a doença estava lhe causando. Não prometi apenas para acalmá-lo, mas por saber que nele, doía mais que qualquer dor, não poder continuar dando o sustento da família. Pois presenciei ao longo da convivência algumas lágrimas, quando lhe faltava o trabalho para dar o pão aos filhos. Desde o início do quê assumi, passei também a ver os meus dois irmãos (irmã e irmão), como um pouco de filhos, e posso dizer que para mim, são dois bons irmãos. E cumpri o que prometi a meu pai, até que minha mãe, grande mãe, nos deixou e o acompanhou também. Hoje, o que mais preenche o vazio que ele deixou é poder dizer para mim mesmo que por 23 anos mantive minha palavra; aliás, palavra esta que eles, através das suas condutas me fizeram aprender cumprir. Ensinaram-me que o mais valioso berço que pode acolher um ser, é nascer no ceio de dois corações que regam a boa conduta e ensinam que não há lei maior que a palavra de um homem.

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Josue Firmino ESCRITO POR Josue Firmino Escritor
Arapiraca - AL

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