CONTEMPLANDO UMA MANHÃ DE DOMINGO
Fico a vislumbrar a beira mar
Aquela pessoa passar
De longe vejo a pequenez
Aproximo e percebo que minha visão é escassez.
Anda lentamente o idoso e a idosa,
Corre ofegante o homem, e não se importa.
Caminha sorridente a mulher,
O jovem desfila e a criança pula na ponta do pé.
É domingo, dia de estar com parentes e família:
Papai, mamãe, filhinho, filhinha
E completa, ainda, com o filho da vizinha
Que com atenção também se cria.
Pipas flutuantes
São leves ao vento
Esse detalhe é inspirador,
Logo escrevo, não me aguento.
Dirijo com os dedos das mãos
A caneta sobre o papel
Que levemente me encantam seus traços
Mesmo que na ocasião, atrativo seja o céu.
Estou no tempo, parado, buscando olhar
Observar detalhes mínimos e, se possível, cantar.
A todos não consegui fitar,
Mas aqueles que pude vê, não deixei passar.
O jovem que desfilava,
Agora tem companhia.
A passarela passou a ser de todos.
Quanta gente; Que alegria.
Agora são idosos,
Adultos e criançadas,
Juntos percorrendo sorridentes
O declive da areia molhada.
Enxergo o horizonte, o céu, o sol a brilhar
Além disso, a nuvem que há de se transformar.
Olho o tapete verde de algas bom para brincar
Contemplo até o azul cintilante, cor da água do mar.
No caminho têm:
Pedras, pedregulhos, rochas, rochedos.
Empecilhos que não convém
Levar alguém ao tropeço.
Asseguro que se com alguém for,
Deem-se as mãos, não seja bocó.
Se estiver só, paciência. É só.
Ande tranquilamente e admire os traços do farol.
Não tropece, não caia,
Não se permita ir ao chão,
Tenha segurança, postura e leveza
Como a pipa no ar presa à linha e a linha à mão.
Os coqueiros dançam
As palhas não param de bailar
O vento está maravilhoso
Inclina-se até a vela do barco a navegar.
O cenário é primordial...
A paisagem é uma só:
É a praia da Ponta Verde,
Paraíso da bela Maceió.
Clemerson Luís Silva
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