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Pânico na bela Maceió de 2014 IV

Imaginemos todos felizes enquanto veículos escorregam pelas avenidas tortas sem que ninguém se importe com isso enquanto os prédios se balançam ao sabor do vento africano mas ninguém se importa com isso enquanto as tvs vomitam máscaras sensacionais de humor negro enquanto os corruptos comem pela beirada o que sobrou do último bolo e queijo imagine você enquanto passeia pelo Centro enquanto a poeira lhe cochicha nos ouvidos e a ameaça lhe espreita em cada esquina e vitrina você procura uma autoridade e ela está bem ali ao seu lado invisível enquanto você é assaltado simplesmente porque o Estado e o Município em se tratando de segurança são autossuficientes e que esse eterno caos faz parte de nossa cultura há muito enraizada porque assim é que se dá mais dinheiro e pizza imagine você enquanto caminha pela orla e as vias estouram gases para todos os lados lhe sufocando lhe alertando uma vez que as entranhas dessa terra não aguentam mais veias poluídas e por uma questão de sobrevivência a lama podre da política emerge disfarçada de brilhos confetes e arlequins porque nesse mundo é fácil demais iludir o povo nosso povo é manipulável imagine você isolado nessa terra só porque tem uma ideia boa enquanto lideranças através das redes sociais lhe usurpam a inteligência arrancando a única moral que você tem o voto imagine você que nas comunidades e nas periferias e nas grotas uma procissão de zumbis são obrigados  a se conectarem sem saber ler e escrever seu próprio nome porque se não for assim você não tem mais saúde nem cultura e essa plataforma precisa dá esmola porque não tem sustentação política como no Rio e em São Paulo enquanto a capital fica órfão de seu órgão de segurança mais importante porque assim é que se deve extinguir uma honrada categoria de trabalhadores para os idiotas deuses desse Olimpo das águas enquanto por trás da cortina os politicastros e "maquiavélicos" arquitetam a eliminação de uma corporação de guerreiros que cometeram o crime de se aperfeiçoarem e de estarem além de seu tempo e que a pobre sociedade ingênua e prostituível nem sequer imagina os podres poderes e as mentiras diabólicas que seus governantes planejam enquanto você curte a vida sabendo que um dia vai morrer maravilhado com as belas praias porra isso é importante mas saber a verdade embora que está nunca exista também é importante porque a cidade a mais bela do nordeste pertence aos turistas e à cupula que perpetua nos poderes imagine você uma grande bola de fogo caindo caindo caindo caindo lentamente enquanto maravilhados olhamos já sabendo que é o fim e a extinção prevista pelo maldoso gestor aquele que apertou a sua mão e agora lhe arranca o coração porque assim é que o pacto se faz com o sangue de inocentes mas não a poesia.

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Fábio dos Santos ESCRITO POR Fábio dos Santos Escritor
Maceió - AL

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