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CARMEN OMENA: A DIANA DO PASTORIL DAS ALAGOAS

 
*Olegário Venceslau da Silva  
 
 
A cultura popular alagoana, tão rica em sua nuances e matizes, por si só dispensa apresentações a todos que dela são conhecedores.   Folguedos das mais variadas ex...pressões étnicas e religiosas, emolduram o acervo inconfundível da tradição folck de nosso Estado. E nessa amalgama sobressai um nome que não somente fora capaz de reunir a complexidade multifacetada de tais manifestações, como também imortalizar-se nos anais da história do folclore.   Carmen Lúcia Barbosa Omena, ao longo de décadas dedicou sua vida à causa popular. Popular no que tange às crenças, mitos,superstições e saberes que emanam do povo. Desde cede despertou a vocação pelo estudo das artes, quando aluna de Pierre Chalita, enamorada pelo estilo abstracionista do velho mestre. A mesma freqüentou vários ateliês no intuito de aprimorar seus conhecimentos. Quer tenha sido em aquarela com a professora Maria Tereza Vieira; quer em cerâmica com Silvia Farine e Célia Gobbi.   Sua intelectualidade artística lhe conferiu inúmeros prêmios nas mais diversas exposições: I Salão de Arte Contemporânea no Teatro Deodoro, DAC/SENEC; Salão Oficial de Arte do Museu do Estado de Pernambuco; Galeria Rodrigues-Recife; Centro Campestre Basílio Machado Neto, SENEC/São Paulo; Eco-pintura na Biblioteca Central da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).   Mas a Carmen folclorista, foi a que sobressaiu deste emaranhado de inteligência, cultura e vocação artística. Ao lado dos mestres Pedro Teixeira de Vasconcelos, Ranilson França de Souza e José Maria Tenório Rocha, na ASFOPAL ou mesmo na Comissão Alagoana de Folclore, foi capaz de legar às gerações posteriores a sua, o amor pelas mais belas e incontestes manifestações populares de nosso Estado.   A grande dama do folclore alagoano deixou-nos para sempre. Os folguedos (guerreiro, maracatu,chegança, taieira, coco de roda, pastoril,baianas) silenciaram; os atabaques e agogôs emudeceram em reverência a grande incentivadora.   Tão bem é cantado em noites natalinas, as belas jornadas do pastoril: “ Sou a Diana,não tenho partido/ o meu partido são os dois cordões/ eu peço palmas/ peço risos e flores/ ó meus senhores, sua proteção.” E é na mais profunda certeza que serão ofertadas a Carmen Omena as palmas e risos por sua luta em defesa da cultura de nosso povo. Da mesma forma flores, como sinal de agradecimento pelos relevantes serviços prestados por esta Diana do pastoril das Alagoas.
 
*Membro da Academia Alagoana de Cultura e Academia Maceioense de Letras

 

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OLEGÁRIO VENCESLAU ESCRITO POR OLEGÁRIO VENCESLAU Escritor
Chã Preta - AL

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