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Ando meia jururu

Ando meia jururu

 

Homenagem

 

 

Ando meia jururu. Assim... assim...

Demasiadamente ansiosa por novidades

em meu quarto e em mim.

Ando pelos cantos da casa e

pelos meus próprios cantos.

Recôndita em meu corpo tão meu;

tão complacente (meu corpo) com minhas dores

que já nem o escuto.

Ando meia jururu comigo mesma.

Tão cheia de mim que até chego a discutir

com a imagem que me olha nesse espelho

celestialmente transparente.

Ando meia jururu com minha religião e com meus dogmas.

Mais um pouco, e os mandarei às favas.

Ando e caminho e me sinto assim, ultimamente.

Tropeçando em meus próprios pensamentos,

todos jogados no vão dessa casa imensa chamada eu.

Ando tão meia jururu que começo a falar de mim

como se eu fosse outra; hóspede em minha própria morada.

Ando tão meia jururu que comecei a negar minha voz.

Ando tão meia jururu que de mim mesma já ri

e me fiz promessas de vindouras visitas.

Oh! Sol de cidade lagunar:

quanto de teu sal,

são lágrimas de minhas agruras diárias.

Ando, sim, meia jururu por hoje.

Mas andarei amanhã, por aqui, por ali, por acolá,

Risonha e límpida; ofegantemente gritante

com minha arranhada voz novamente ecoada

aos quatro ou cinco ventos,

usando de minh’arma mais poderosa:

FE-LI-CI-DA-DE.

 

 

Penélope SS

3-2-15  23h:11   

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AdrianoRockSilva ESCRITO POR AdrianoRockSilva Autor
Maceió - AL

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