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Registrando Detalhes

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Acontece às vezes, quando eu fico querendo guardar detalhes - na verdade, quase sempre -, observando e criando significados para o que vejo. Visto daqui, não são apenas olhos, não são apenas mãos. Visto daqui, enxergo afinidade, uma saudade mesmo que seja a centímetros de distância, permanece. Sua ausência de coordenação motora me faz ter crises de riso por conta do resultado: Joelho machucado, tropeços, tinta da porta esparramada pelo chão - por conta do seu jeito cuidadoso de abrir a lata -, pelo apreço que seus membros parecem ter pelas quinas de armário, mesa ou qualquer coisa que possua ângulos. Te observo. Vejo o quanto essas mãos gesticulam enquanto explica algo, parecem dançar no ar e eu peço para ir com calma, você desacelera. Você apressa minha calma e acalma minha alma (talvez seja a nossa melhor definição).

 

Que eu possa registrar mais outros milhões de detalhes, que possamos eternizar cada um na máquina mais poderosa do corpo humano. Nos observei durante esses pouco mais de trezentos e sessenta e cinco dias, notei em mim que aprendi coisas que antes achei que sabia e contribui para as suas a partir das minhas. O que importa - o que deveria importar, na verdade -, é o quanto somos melhores quando estamos ao lado de quem nos faz! Sentimento é algo que não possui cor, gênero e muito menos forma - ou fórmula. Não há ponto de partida definido, não há uma casinha separada onde podemos retirar e colocar só quando convém. Mas o sentimento sincero nós sabemos quando vem, ele tem a chave da porta desta casinha que não existe.

 

Vou te contar uma coisa: Descobri que funciono melhor à noite, que me inspiro enquanto você dorme, que dois corpos sonolentos ocupam o mesmo lugar em um sofá, que gosto de te fazer surpresas... E para te lembrar o quanto quero permanecer aqui, observando cada uma de nossas imperfeições e dizer que todas elas, somadas, são menores do que a minha vontade de te ter em minha vida.

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Iara P.Vilela ESCRITO POR Iara P.Vilela Escritora
Maceió - AL

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