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Chuva...

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Chuva que cai
E me rasga a alma
Como ácido, 
Exigindo de mim a pele, 
Lavando as minhas verdades, 
Enquanto nasço planta nova, 
Desse solo árido. 


Chuva,
Que me desnuda o silêncio,
Confunde os meus caminhos,
Molhando meus pés e passos,
Diante da lama que só eu vejo.


Chuva forte;
Que decide o que será do meu destino,
A dança ou a quietude...
Cai gota a gota
Enquanto penso sobre as pendências em mim.


Chuva que fere o aço, 
As culpas e os estilhaços; 
Nutre como enxurrada as minhas esperanças,
Desperta os sons da minha essência; 
Do banjo ao baixo, 
Dos suspiros aos gritos. 


Chuva que me leva a sombra 
E desbrava as fronteiras
De medos que não tenho mais; 
Nem mesmo do excesso
Que inunda meu cais, 
Nem mesmo da correnteza
Que costuma me acorrentar, 
Nem mesmo da tempestade
Que demora a passar.


Chuva 
Que me serve muito;
Serve até para me provar
Que sou dela, 
Sou filha da água que corre,
Que compõe minhas veias, 
E dilui meus pecados. 


Chuva...
E esses temporais insanos, 
Que existem apenas para me moldar.

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Lis Nogueira ESCRITO POR Lis Nogueira Escritora
Maceió - AL

Membro desde Junho de 2015

Comentários

O selenita
O selenita

Chuva, prenuncio de vida,de nascimento. Nasce uma nova poetiza. E que potencial!

Jakeline Barros
Jakeline Barros

Belo demais, Lisley Nogueira! Nem tenho palavras para expressar o quanto amei essa poesia! Parabéns por esse seu talento especial e maravilhoso! :* <3