POEMA BRACHTIANO 2 (Para manter a ordem social em ordem lei alguma basta, basta manter a aparência de que tudo está em ordem)
POEMA BRACHTIANO 2 (Para manter a ordem social em ordem lei alguma basta, basta manter a aparência de que tudo está em ordem)
A ordem das coisas postuladas um tanto desordenadas
Não devem ser enquadradas dentro da moralidade jurídica,
Pois algumas instituições não precisariam obedecer as leis
Sob pena de implicar sobre o interesse pessoal e dinâmica de atuação
De cada funcionário.
Há algo de errado com a legislação vigente?
Ou a ordem estaria errada e os sujeitos corretos?
Ficção, alguns céticos diriam?
Escatologia, murmurariam os desesperançosos?
Alguma coisa que está fora da ordem
Está funcionando muito bem
E como tal, para quê mudar a ordem das coisas erradas?
Se fosse assim, alguém poria o fim nas quatro estações do tempo
Obrigando-lhe a acontecer dentro de um tempo determinado
Evitando essa loucura de temporais fora de época,
Verão quase todo ano.
Por que? Aí...
Não consigo entender
como o ambiente ecológico de uma unidade de saúde
pode influenciar no bem estar do paciente pobre.
Não consigo entender
como os despossuídos se submetem a uma cultura de tormentos diários
identificarem-se por um número riscado num pedaço de papel
ou por uma senha, esta invenção social.
Minha avó veio desse tempo dos números traçados
e morreu várias vezes na fila do atendimento médico.
Não consigo entender
como uma “norma” torna-se menos importante do que o descompromisso
de tê-la de cumprir.
Por exemplo: o cara que se diz cuidar dos dentes corruptos do mundo
e nem sequer cumpre sua carga horaria de 40 horas semanais
ou alega que faz dois turnos quando se contam as 8 horas diárias
e ainda folga dois a três dias por semana!!!
ou o cara que se diz colapsar as enfermidades que assolam aos flagelados e só aparece duas ou três vezes na semana
com fichas contadas e ainda percebe a dinheirama do polpudo programa.
Arf!, vida corrida e boa, um bico aqui, ou acolá e a certeza sempre a mesma
A ordem é apenas uma ordem que precisa ficar apenas nos limites do papel!
Não consigo entender
como a periferia com todos aquelas índices de violência acumulada e tantos outros que a ciência lhes fabrica
se submete a uma filosofia de trabalho paralelo aquém do direito moral e do estatutário.
Não entendendo
porque cada vez que consigo ver a periferia mais e mais percebo sua sincera transparência
enquanto a peça acontece com algum parafuso a menos
isso obscurece ainda mais cegando a todos os nosotros
com sua falsa realidade.
Não entendo e até adoeço como não há diligências de aferição
de situações tão difusas
enquanto a grana sorri nas contas bancárias e
a gélida flor adormece no seio dos relatórios esquecidos s
obre a mesa dos rangersauditores.
1 mil visualizações •
Comentários