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A MOSQUITO NA NOITE DE SONO

 

Jefferson Rafael Borges de Mendonça

[email protected]

02/09/2019

 

 

Era uma vez uma mosquito que se encontrava completamente faminta e seguindo seu instinto animal, conseguiu entrar no mosquiteiro para sugar o sangue do homem que repousava tranquilamente depois de um dia de trabalho.

- Agora que entrei, vou seguir e sugar o sangue. Disse a mosquito, cheia de expectativas.

De muito cansado, o homem sequer se mexia na cama, pois estava em um sono profundo, totalmente desligado do mundo.

Devagar, o mosquito se aproxima da pele do homem, só que ela não contava que sua pele havia uma grande quantidade de pelos e num descuido, ela ficou presa entre os pelos.

Se debatendo, tentando se livrar dos pelos que a prendiam, acabou fazendo com que o homem se mexesse, correndo o risco de ele rolar na cama e a esmagar.

Num instante aquele homem para, e a mosquita consegue se livrar dos pelos, que pareciam lhe segurar, como uma rede que segura os peixes.

- Ufa... Foi por pouco. Esse humano quase me mata. Exclamou ela muito assustada com o ocorrido.

Nesse momento, ela procurou um lugar onde não houvesse tantos pelos, para não correr o mesmo risco, pois escapou por um triz. Enquanto voava, o bater de suas asas produziam um som que para os humanos é muito irritante, principalmente quando se está cansado e querendo uma boa e longa noite de sono para acordar renovado.

Quando se aproximou perto do ouvido, o homem que estava dormindo conseguiu ouvir o zumbido dela, pois seus ouvidos ainda estavam atentos aos sons. Ele se mexeu e sacudiu a mão próxima ao ouvido, quase acertando a mosquito.

- Ai minha nossa, queria ter um intestino completo. Exclamou a mosquito desapontada, pois reconhecia a dificuldade de perpetuar sua espécie. E daí em diante ela começa a se questionar porque precisa correr tanto risco para conseguir nutrientes.

- Meu Deus, eu preciso de nutrientes para ter meus filhotinhos. Se eu não conseguir, ficarei horrível além de que não perpetuarei minha espécie. Refletiu ela em pensamento já com aspecto de frustação.

Enquanto ela conversava com Deus, distraída refletindo suas questões, sem perceber, o homem já acordara por conta dos zumbidos e se armara para dar uma tapa.

Ele calcula bem, mira na mosquito e taca-lhe o tapão que as marcas dos dedos ficam visíveis em sua pele, exibindo um vermelho notável.

Ao levantar a mão, percebe que ela está apenas com a patinha esquerda tremendo, ocasionado pelas últimas contrações involuntárias. Nesse momento, os outros mosquitos que estavam por ali, se entristecem e choram a morte de mais um parente.

 FIM.

 

 

 

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Rafael Borges ESCRITO POR Rafael Borges Escritor
Matriz de Camaragibe - AL

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