Ah! Poeta
AH! POETA
(Simone Moura e Mendes)
Ah! Poeta, pobre poeta
profetizas, deliras,
satirizas o mundo
fazes exaltação da vida
desdenhas tuas próprias feridas
Ah! Poeta, nobre poeta
navegas no mar, no amar
degustas os corais, o sal
cavalgas no dorso
de um cavalo-marinho
alimentas-te das algas
acalentas-te no marulhar
no misterioso torvelinho do mar
Ah! Poeta...
um louco sem asilo, inválido
um cego sem guia, incompreendido
um gigante desvalido
tua vida deve ser mais além
do que simplesmente versejar
Oh! poeta!
por que fazes da dor o teu gáudio?
é a eclosão de uma elegia, talvez
mas da alegria, fazes teu cadafalso
pois sabes, pobre e fausto poeta
que sem tristeza não te vem a poesia
e tua vida torna-se um dia-após-dia
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