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O Valor das Coisas Simples

   Possuímos um comportamento estranho: à medida que conhecemos algo, vamos perdendo a capacidade de olhar para ele como se fosse à primeira vez ou como se fosse algo raro que deveríamos cuidar. Deixamos que se torne comum aquilo que não deveríamos perder.
   Somos incapazes de perceber, quando estamos muito próximos de algo ou alguém, a unicidade, a beleza singular ou as qualidades, vemos os defeitos e na maioria das vezes, nem isso percebemos de tão cegos que estamos!
   Tornamo-nos cegos em relação ao que nos cerca, teimando em enxergar o que não está ao nosso alcance ou o que é mais perseguido (e desejado) pelos outros. O que muitos querem não é o que vale realmente a pena, mas o que dá status e o que nos garante riquezas materiais. E, então, por que perseguimos e desejamos isso? Para que possam nos invejar e admirar quando conquistamos A TÃO SONHADA POSIÇÃO.
   Mas esquecemos que bilhões no banco não trazem a riqueza de saber que somos amados, ao comprarmos a casa dos sonhos não ganhamos junto uma família, ao andarmos com o carro do ano conquistamos respeito pelo que temos e não pelo que somos. E me pergunto se isso vale à pena? Ou se eu gostaria de ser “respeitada” pelo poder que possuo?
   Esquecemo-nos de algo tão simples: o mais caro ou mais perseguido não é o mais valioso, o mais valioso é aquilo que não tem preço. É uma risada, uma festa surpresa no quintal, uma conversa demorada ao telefone ou no MSN, uma conchinha, um olhar carregado de sentimentos, uma flor roubada de um jardim, uma chuva no fim de tarde, uma música que não faz sucesso, um abraço inesperado, um beijo não programado, um presente não esperado... O melhor é aquilo que está ao nosso lado e que poucas vezes percebemos.
   De uma coisa tenho certeza: às vezes, precisamos perder para valorizar... Precisamos deixar passar uma oportunidade para saber que ela era única ou perder alguém para saber o quanto ele era importante e especial.

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IORGAMA PORCELY ESCRITO POR IORGAMA PORCELY Escritora
São Leopoldo - RS

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