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Outra UFAL é possível...

Dentre as artes humanas, a política tem talvez a missão mais desafiadora: decidir se a sociedade que temos é a que queremos, ou se, ao contrário, deve mudar. Consciência política é, portanto, fundamental para todos aqueles que almejam o bem estar social, e o amadurecimento da democracia herdada pela minha geração.
 
Ao tempo em que ocorre o processo para a escolha do seu novo reitor, a Universidade Federal de Alagoas coloca a caneta nas mãos da comunidade que a integra para que um novo capítulo seja escrito na sua história cinquentenária. Mas infelizmente esse processo democrático se dá num cenário atroz.
 
A mudança da data das eleições, que historicamente é realizada no segundo semestre, traz consigo duas consequências: o comprometimento do amplo debate; o impedimento do direito ao voto de exatamente 2.298 alunos que entrarão na UFAL no segundo semestre; e uma conclusão evidente: a gestão atual usa o CONSUNI (que deveria seu um conselho livre) para agir em função do seu interesse.
 
A chapa que o professor Eurico Lôbo representa é um reflexo da política suja responsável pelos males do povo alagoano; a começar pela demonstração de poder econômico que são evidentes nos gastos de campanha, nas festas oferecidas em chácaras, nos folders cheios de páginas, nos bottons variados e fabricados em demasia – materiais da melhor qualidade.
 
Eurico não merece ser chamado de professor, primeiro porque está há muito tempo fora da sala de aula, segundo porque ao longo de sua trajetória na UFAL ele se tornou um político; falo de um político que usa o assistencialismo estudantil de forma medíocre, aumentando, às vésperas das eleições, o valor das bolsas da Pró-reitora estudantil e oferecendo carteira do Restaurante Universitário aos bolsistas sem maiores justificativas.
 
Falo de um político que usa as informações privilegiadas de vice-reitor para fazer sua campanha, ou porque será que os estudantes da UFAL estão recebendo e-mails seu? Qual a origem desse banco de dados e porque os outros candidatos não tiveram acesso a isso também?
 
E não é só esse fato que indica o quanto o candidato da situação despreza o princípio da igualdade; enquanto o Museu de História Natural da UFAL está interditado, sem coberta, alagado devido às chuvas dos últimos dias, a Usina Ciência, que fica ao lado, funciona a todo vapor e sempre teve toda atenção dessa gestão. Esforço-me para não acreditar que essa disparidade de tratamento deve-se ao fato de que a coordenação da Usina durante todos esses anos foi da esposa do Eurico Lôbo.
 
Tenho a consciência de que me é muito mais fácil ser pedra, que ao Eurico ser vidraça. No entanto, é inadmissível que o político queira maquiar as falhas da sua gestão: interiorização mal planejada, crescimento do número de alunos desproporcional ao de docentes e técnicos, incapacidade de ouvir, poucas ações para garantir a segurança do patrimônio humano da UFAL, descaso com os cursos de artes (haja vista o descontentamento da comunidade acadêmica no Espaço Cultural da UFAL).
 
O fato é que, no atual cenário, escolher a chapa do Eurico é sinônimo de optar pela continuidade de uma gestão que trabalha propagandeando superficialidades, e omitindo a falta de conceitos de alguns cursos, e da própria Universidade quando comparada às outras.
 
Encontrei na chapa da Professora Valéria Correia uma alternativa sadia. O perfil de uma mulher que não é medíocre ao ponto de achar que a UFAL não tem a responsabilidade de assistir à sociedade; mas que, ao contrário, tem uma história de luta às causas sociais e à saúde pública. Se o seu jeito de fazer política se repetir no comando da maior Universidade pública de Alagoas, certamente teremos uma gestão dinâmica e participativa.
 
A verdade é que é mais vantajoso nos arriscar e aderir à esse projeto, afinal, nesses oito anos o Eurico já mostrou que não tem compromisso com a democracia, com a autonomia do CONSUNI, com a qualidade dos serviços oferecidos no Hospital Universitário, etc.
 
Inspirado na ânsia poética do Professor Ricardo Cabús, Engenheiro Civil e candidato a vice-reitor, parafraseio Mario Quintana:
 
“Todos esses que aí estão,
Atravancando nossos caminhos:
Eles passarão.
Nós passarinhos (...)”
 
Asas à mobilização! Voto e convido-o a refletir sobre as propostas da chapa 1, afinal: outra UFAL, com sólidos sonhos, é possível.
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Arryson André ESCRITO POR Arryson André Escritor
Maceió - AL

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