Escrever é a arte de sentar o traseiro numa cadeira
Há muita vocação de escritor por aí, mas ainda maior é o número dos que pensam que para escrever basta aprender a ler. Por isso é que no Brasil há mais escritores que alfabetizados.
Uma vez ouvi dizer que um escritor é um homem que passa a vida conversando consigo mesmo. Só há uma verdadeira vantagem em envelhecer: é que, com o correr do tempo, a conversa vai ficando cada vez mais interessante.
Como se explica que no Brasil, um país de poucos leitores é um país de muitos escritores?
Muitos acreditam que escrever não é necessário técnica e horas de sacrifícios extras. Escrevem sem se dar conta que não possuem os recursos necessários para prender o leitor ao papel, e nada tem da técnica que lava tempo para aprender. Inicia na literatura sem mais nem menos pouco ou quase nada querendo dar de si, não aceitam que alguma coisa tem que sacrificar.
A verdade é que ninguém se mete a projetar e executar um edifício sem ser arquiteto, como não se prestaria sequer a idealizar um monumento sem conhecimento algum no campo da escultura. É exatamente pelo fato de lidarmos na vida diária com o instrumento peculiar à literatura, a linguagem escrita, que tantos embarcam na ilusão de que escrever dispensa iniciação, aprendizado e disciplina de suas aptidões. Sem um mínimo de noção do que seja a literatura, e até mesmo do que seja sintaxe ou ortografia, o diletante sai a todo vapor para começar por onde os outros acabam. E o resultado é a eclosão, aqui e ali, das mais desastrosas improvisações.
“Quando se possui a idéia, a palavra jamais há de faltar. Quem tem facilidade de escrever, não é escritor: é orador.”
Se queres conselho sobre a arte da escrita, o único conselho que posso te dar é este: não pedir conselho a ninguém.
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Comentários
Conhecer as regras, as técnicas são necessárias. Mas é necessário colocar nelas sensibilidade para que o texto tenha caráter literário. De qualquer forma seu é válido e uma advertência para os desavisados. Até mais!