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Àrdua Paixão

NOS BRAÇOS DE UMA AVENTURA


Chegava o primeiro dia de aula. Kátia cansada do Show de Rock, onde passara a noite, levantava-se para ir ao colégio, que tanto perturbava sua paz, saindo do quarto já recebia os carinhos e incentivos dos seus pais, que tanto lhe estimavam, para se tornar o maior orgulho da família.
Então, seu pai falou:
- Vamos Kátia, não quero que você pegue as últimas carteiras da sala.
- E ela respondeu:
- Já vou papai. O senhor esqueceu que uso óculos?
No caminho Kátia resmungava: Droga! Saí daquele maravilhoso show de Rock e não posso nem dormir direito, tenho que ir para o colégio insuportável.
Thim-Thim... Soava a campainha, era hora de entrar no colégio e conhecer a sala e os colegas de turma.
Logo ao entrar na sala, Kátia percebeu uma amiga, que estudara com ela no ano passado e começaram a conversar.
- Oi Flávia, como vai? Como passou as férias?
- Ah, Kátia! Nem te conto, foram ótimas, conheci o tão falado Gustavo que é escritor e já a algum tempo namoro com ele.
- Sim Kátia, e você? Também arrumou algum namoro nos seus shows de rock?
- Não Flávia, não arrumei ninguém.
- Olha Kátia, hoje o Gustavo vem me buscar no final da aula. Quer conhecê-lo?
- Sim Flávia, adoraria.
- Passaram-se as aulas e finalmente a campainha tocou.
Pensava Kátia:
Que bom, agora vou para casa, quero dormir descansar sem essa chatice de aula.
Mas Flávia lembrara do convite.
- Kátia! Vamos lá?
- Aonde? Perguntou Kátia.
- Conhecer Gustavo, o meu namorado.
- Ah! Sim, Vamos.
Mas coitada de Kátia, logo ao chegar onde estava Gustavo sentiu uma grande batida em seu coração, seus impulsos eram indomináveis.
- Oi Gustavo: Falou Flávia.
- Oi. Respondeu Gustavo.
- Essa é minha amiga Kátia.
- É um enorme prazer conhecê-la, Kátia.
- Para mim também se tomou o mesmo.
- Sim: Flávia me contou que você escreve, é verdade?
- Sim, é verdade. Se você quiser posso lhe emprestar um livro para que o leia.
- Claro que quero! Afirmava Kátia com um brilho jamais visto em seu rosto.
- Espero que goste, cuide bem dele...
- Olha, Gustavo, vou lê-lo com o maior carinho, e depois entrego a Flávia, 0k?
- Certo! Não tenha pressa, respondeu Gustavo.
- Tchau Gustavo e Flávia, agora tenho que ir, pois meu pai já está ali no carro me esperando.
- Tchau Kátía, depois conversaremos mais, teremos outras oportunidades.
- Com certeza, tchau Flávia.
- Tchau Kátia, nos veremos amanhã.

II- A SOLIDÃO DE UM PENSAMENTO AO DECORRER DO DIA

A jovem Kátia não conseguira pensar em mais nada a não ser o belo intelectual namorado de sua amiga.
A solidão que antes não existia, começou a se tomar uma marca que jamais sentira, então, Kátia para desabafar seu sofrimento colocou uma música dos Rolling Stones e sem medir palavras começou a escrever num papel: Aquele cara é bacana, mas sua namorada é minha amiga, não sei se devo ir em busca dele ou se deixo os dois em paz. Mas o que eu faço para párar de pensar nele? Puxa! Isto não pode estar acontecendo comigo, não é possível. Justo eu, interessada pelo namorado da minha amiga. Isto é demais!
Enquanto isto, na casa de Gustavo, seu pai lhe elogiava por seu namoro e lhe alertava que não era para terminar, senão...
Gustavo tentava explicar a seu pai:
- Pai, eu não gosto de Flávia, ela não combina com meus sentimentos.
- Meu filho, eu sou mais experiente que você e sei como deve ser a sua criação.
- Mas, pai...
- Não adianta Gustavo, eu já decidi, você têm que namorar alguém da Igreja e Flávia é a filha do pastor, ou você já esqueceu?                                                                             Pag 01
Gustavo trancou-se no quarto e começou a esquecer o problema que lhe atormentava com a lembrança da jovem Kátia, amiga de Flávia, como alguém que num simples olhar deixara seus impulsos fervendo de emoção. Numa inspiração da forte lembrança começou a fazer alguns versos:
Quando lembro do teu olhar
Sinto paz interior
Sei que não posso te beijar,
Mas mexeu comigo, o teu resplendor.
Por ser forçado é ruim,
Faz-me sentir carente,
Frágil como doente,
Pobre de mim.
Gustavo estava completamente apaixonado por Kátia, parecia até que ele já amava-a a muito tempo, em meio a paixão passava em pensamento:
Não sei o que fazer, sou obrigado a namorar Flávia, mas gostaria que Flávia fosse Kátia, sei que só pensar é inútil, mas o que posso fazer? Não sei se vou pelo coração ou pela razão...
Nisso passou-se a noite e Gustavo não conseguira dormir, porém ao amanhecer Gustavo estava decidido.
Já sei o que vou fazer, hoje vou buscar, não Flávia, mas sim Kátia e levarei-a até a sua casa e direi tudo o que sinto, e depois do fora, que com certeza irei levar, contarei tudo para Flávia, e só assim, ela me deixará em paz.
Gustavo esperava que isso desse certo, pois Kátia lhe fazia vibrar, mas Flávia era a pedra que grudou dentro do seu sapato, e ficava do lado onde existia o calo.
Quanto mais se aproximava a hora de ir a escola, mais e mais Gustavo se sentia aflito, ansioso, vibrante, angustiado e louco para ver o seu plano dando certo, e assim, se livrar do seu grande tormento.
III - A SURPRESA

Thim... Thim... Tocou a campainha. Ao chegar na sala de aula, Kátia se surpreendeu ao não ver sua amiga na classe, mas lá estava um bilhete deixado por Quitéria, prima de Flávia, para que Kátia avisasse aos professores que Flávia estava muito doente, e que na noite passada ela teve febre de 40ºC  de temperatura. E que ainda não estava bem.
Kátia, ao decorrer das aulas, fez sua obrigação de amiga e avisou aos professores sobre o estado de Flávia.
... Novamente tocava a campainha, mas desta. vez, era hora da saída, a qual agradava muito a Kátia. Porém ao sair, Kátia avistou Gustavo, que estava distante e escondido, o que a fez pensar:
O que será que aconteceu? Flávia faltou! Então, porque Gustavo esta aqui? E está se escondendo? Bom, vou aproveitar que ele está sozinho para rever aqueles belos e lindos olhos.
Quase trêmula Kátia caminhava pela praça quando ouviu uma suave voz:
- Olá Kátia, posso lhe acompanhar?
- Claro que sim! Acho até bacana a sua companhia.
- O que ouve com Flávia que não a vi saindo?
- Ela faltou, pois está doente.
- Então a visitarei mais tarde.
- É! Isto é bom, também farei o mesmo.
Caminharam uma grande parte em silêncio, até que Gustavo, já quase sem fala, resolveu falar:
- Olha Kátia, eu tenho algo a lhe falar.
- Fale! É algo bom?
- Acho que sim.
- Estou a lhe ouvir.
- Sei que você não vai me entender, mas não gosto de Flávia.
- Como assim?
- Namoro com ela por obrigação, meu pai, quer por que quer, que eu me case com a ela que é a filha do pastor, mas eu gostaria que você fosse Flávia.
- O que?
- É verdade! Você é uma pessoa livre e sabe como cativar as pessoas.
- Você deve está brincando.
- Não brinco, esta é a verdade do meu coração.
- Por que você diz isto?
- Por que desde que lhe vi, que não consegui pensar em mais nada, acho que estou apaixonado por você.
- Mas Gustavo, você é comprometido, apesar de ser bastante interessante, e fazer meu tipo.
- Como assim?
- Bem, desde que lhe vi, não consegui pensar em mais nada.
- Kátia... Você não precisa se precipitar, mas se você quiser eu explico tudo a Flávia, termino com ela e enfrento meus pais por você.                                                                       
- Você teria coragem?
- Sou tímido, porém corajoso!
- Olha Gustavo, me amarrei nisso, não preciso de tempo, quero ficar com você. A Flávia que me perdoe, mas quero você ao meu lado.
Também te quero muito.
- Ah! Gustavo, como foi bom te conhecer, vou lhe dar meu endereço e lhe espero hoje à tarde, mas vá agora mesmo na casa da Flávia e explique tudo a ela ok?
- Ok! Passarei na sua casa mais tarde.
- Certo Kátia, até mais...
- Tchau Gustavo.
IV - O COMEÇO DE UM CONFLITO

Ao chegar na casa da namorada, Gustavo encontra o Seu Carlos, o pai de Flávia:
- Oi, Seu Carlos.
- Oi, Gustavo, a que devo a honra...
- Gostaria de falar com Flávia, ela está?
- Sim Gustavo, pode entrar.
- Com licença.
Gustavo já não sabia como iria contar a Flávia o que acontecera, porém, teria que contar, e lá estava ela sentada no sofá, lendo um livro que o próprio Gustavo escrevera.
- Olá Flávia.
- Oi Gustavo, sente-se aqui.
- Soube que está doente.
- É! Sinto-me um pouco mal, mas vou melhorar, foi só um pequeno e indesejável susto.
- Isto é muito bom, pois preciso que você esteja bem para então conversarmos.
- Como assim conversarmos?
- Tenho algo muito sério para conversarmos sobre nós dois.
- Que bom, será que é o que estou pensando?
- Não é tão agradável assim...
- Não é? Você esta me deixando preocupada.
- Flávia, não somos mais crianças e devemos encarar as coisas como elas são.
- Vá logo ao que quer me dizer.
- Não estou mais a fim de continuar namorando você.
- Porquê? O que fiz para você não me querer mais?
- Você não fez nada, apenas não sinto mais nada por você.
- Mas Gustavo, não se precipite...
- Não estou me precipitando, isto é a pura realidade.
- Então me fale Por quê? Deve existir outra. Quem é?
- Calma, tem alguém, mais não tem nada haver com isto.
- Não quero saber de mais nada, apenas diga o nome dela.
- É a Kátia.
- A Kátia! Nunca vou aceitar, vocês me pagam.
Flavia correu para seu quarto, trancou-se e fez com que Gustavo fosse embora. Pensava Flávia, que isso ira fazer o Gustavo se arrepender e voltar atrás, mas Gustavo já resolvido, saiu discretamente, foi ao encontro de Kátia, pelo endereço que a mesma lhe dera. Até que a encontrou, lá estava Kátia, no portão esperando Gustavo.
- Aqui Gustavo... Chamou Kátia.
- Até que enfim achei sua casa.
- E aí, falou tudo para a Flávia?
- Sim Kátia, disse tudo, agora somos livres para o amor.
- Mas, como foi a reação dela?
- Olha, não foi uma das melhores...
- E uma pena que ela seja a vitima entre nós.
- Gustavo, infelizmente não posso demorar muito com você, pois meus pais chegam daqui a pouco do trabalho e eles não sabem nada sobre nós.
- Então façamos assim: Dê-me um beijo, eu vou embora, amanhã eu apareço de novo, desta vez mais cedo, e não esqueça de dizer aos seus pais o que está acontecendo, ok?
- Certo Gustavo.
Então, seus lábios se tocaram e foi como se nada mais no mundo os tomassem o tempo, apenas aquele beijo era necessário.
- Ah, Gustavo, eu queria um beijo eterno, mas esse valeu por mil.
- Eu também, amei seu beijo Kátia, venho amanhã, o mais rápido que puder, só para beijar-lhe mais vezes e também conversarmos mais sobre nós dois.
- Tchau, Kátia...
- Até amanhã, Gustavo.
                                                                                           
V - A VINGANÇA DE FLAVIA

Depois de seca todas as lágrimas de Flávia, a mesma se revoltara ainda mais, e planejou uma vingança à traição que a fizeram, fora traída por seu namorado e por sua amiga, de uma vez só.
Já sei o que vou fazer para me vingar: Vou telefonar para o pai de Kátia, seu Edmilson:
- Trim...Trim... Alô, quem fala?
- Alô, é Flávia, amiga de Kátia, é o Sr. Edmilson?
- Sim, sou eu, o que deseja, Flávia?
- Olha, Sr. Edmilson tenho uma notícia muito triste a lhe dá.
- O que foi? Aconteceu alguma coisa com Kátia?
- Não, foi comigo.
- Fale-me então...
- Kátia, sua filha, que eu pensava que era minha amiga, me fez a maior covardia do mundo.
- O que foi que ela fez de tão grave?
- Ela tomou meu namorado.
- O que? Seu namorado?
- Sim Sr. Edmilson tomou-me meu único amor.
- Olha Flávia, lhe garanto que isso não irá ficar assim, irei conversar com ela e por causa disso, irei transferi-la para outra escola, fique tranqüila que ela irá pagar caro por isso.
- Obrigado, Sr. Edmilson, eu sabia que podia contar com sua ajuda.
- Até mais Flávia, agora tenho que atender um cliente, tchau.
- Tchau Sr. Edmilson.
Satisfeita da primeira parte de sua vingança, Flávia não perdera tempo e já partia para a segunda parte e telefonou para Sr. Paulo, pai de Gustavo.
- Alô, é Sr. Paulo?
- Sim, sou eu.
- Quem fala é Flávia.
- Oi, Flávia, como vai? Tudo bem? Como vai o Carlos?
- Olha, Sr. Paulo, comigo está tudo mau e com meu pai também ficará tudo mau quando ele souber o que Gustavo fez comigo.
- Mas Flávia, o que foi que ele fez com você?
- Ah, o Sr. nem imagina, ele me traiu com a minha amiga, Kátia.
- O quê? Não pode ser verdade.
- É verdade, eu não sei como dizer isto ao meu pai.
- Olha, Flávia, não diga nada ao seu pai, deixe que eu irei dá um jeito nisso, não se preocupe.
- Mas ele já está namorando Kátia.
- Com certeza ele irá acabar, fique tranqüila...
- Obrigada Sr. Paulo irei desligar porque meu pai está vindo em minha direção, ele pode desconfiar, tchau.
- Até mais, Flávia, eu irei dá uma prensa no Gustavo, com Certeza... Tchau.
Agora Flávia estava mais feliz, pois já havia praticado os seus atos de vingança, tinha entregado a traição que lhe fizeram aos pais dos traidores, e estava certa que tudo iria correr conforme ela almeja, pois queria Gustavo ao seu lado, custasse o que custasse, e ansiava que Kátia pagasse muito caro o que lhe fizeram. Em sua mente só havia uma infelicidade preparada para Kátia, queria deixar-lhe na solidão, do mesmo jeito que Kátia fizera quando, sem motivos, tomou o seu único verdadeiro e ansiado amor, somente a vingança a interessava.
VI - O RESULTADO DA VINGANÇA

Kátia estava completamente no mundo da lua quando seu pai bateu na porta do seu quarto e a chamou:
- Kátia!
- Estou aqui, pode entrar.
- Olha Kátia, estou furioso com você.
- Por que, papai?
- Flávia me contou tudo o que você fez com ela.
- Não papai, eu posso explicar tudo.
- Kátia, para isso não tem explicação. Você se tomou a vergonha da família.
- Papai, eu não tive culpa.
- Como é? Você toma o namorado de sua amiga, e depois diz que não tem culpa, essa é demais, você irá pagar por isso.
- Papai, ele não gosta dela...
- Não tem sentido, irei lhe transferir para outra escola, amanhã mesmo eu faço isso.
- Mas papai...                                                                        
- Não tem conversa, essa foi demais. Olhe não quero ouvir falar mais nisto, certo?
- Certo, papai, mas me deixe na escola onde estudo.
- Não, amanhã você irá para outra escola e irá estudar a tarde.
- Kátia não suportava o que estava acontecendo, e o que mais lhe preocupava era que iria estudar a tarde e não mais iria ver o Gustavo, e não teria como explica-lo o que acontecera. Suas lágrimas pareciam não secar, seu coração parecia está sendo esmagado por uma carreta, seu mundo já não existia; seu lindo, maravilhoso e ansiado sonho tinha se tomado o seu mais terrível e pior pesadelo.
No outro lado da cidade, ou seja, na casa de Gustavo, seu pai o esperava no portão, até que Gustavo apareceu.
Então seu pai falou.
- Até que enfim, o mocinho chegou... Pensei que ainda iria demorar mais, o que você estava fazendo?
Nada papai, por que o Sr. está me perguntado isso?
- Eu já sei de tudo, Flávia me contou o que você fez com ela.
- Papai, eu já tinha dito ao Sr. que não gosto dela, mas o Sr. insistiu e deu nisso.
- O que? Você faz uma besteira dessa e sou eu que pago. Jamais! E tem mais, você irá voltar com Flávia, está me ouvindo?
- O senhor não pode fazer isso comigo.
- Já fiz! Agora é tarde demais.
- Mas papai pense em minha felicidade.
- A sua felicidade é ao lado da Flávia.
- Mas eu...
- Não tem mais nem menos, já decidi.
Gustavo tranca-se no quarto e já não sabe mais o que fazer, pois não tem como avisar Kátia do que está acontecendo, e sua única saída é chorar e lamentar a catástrofe que ocorre em sua vida, parecia aquilo que parecia ser a saída de seus problemas, tinha se tornado em um problema ainda maior.
Pobre Gustavo, pobre Kátia, estavam sendo separados e nem ao menos poderia se despedir um do outro. Suas mentes se culpam por não avisarem um ao outro da mudança que ocorrera em suas vidas.
A vingança de Flávia teve êxito, conseguiu o sofrimento e o afastamento daqueles que a fizeram sofrer, nem ao menos lhes deu a chance de se despedirem.
VII - QUATRO MESES E MEIO DE DESESPERO
Kátia fora transferida para outro colégio, seus pais não a deixava em paz; lhe seguiam, lhe vigiavam, não deixavam conversar com nenhum rapaz e também já não deixavam Kátia ir a qualquer show, festa, baile ou outra coisa na qual envolvessem muitas pessoas.
Já não existia mais aquela jovem tão alegre, tão feliz e cheia de amigos. Só existia uma jovem angustiada com a vida, uma jovem que não mais sabia o que era sorrir: Seu rendimento escolar diminuíra 90% do anterior, não mais tinha aquele apetite que era tão elogiado. Simplesmente sofria com a falta de Gustavo, seu primeiro e único amor que em sua vida houvera.
Enquanto isto, na capital, Gustavo, que estava estudando na faculdade , não se afastava um minuto apenas da lembrança de Kátia, sua vida na capital era igualmente ao sofrimento que passava Kátia, não mais sorria, não tinha amigos; apenas vivia com a ausência de Kátia e com a culpa de não a ter avisado de sua partida.
As aulas não tinham sentido para os dois, o colégio, dessa vez, não era só insuportável para Kátia, mas também para Gustavo, que ansiava a cada momento o retomo a sua cidade e o reencontro com Kátia, seus amigos, eram a solidão e a dor apenas o sofrimento reinava nos corações dos jovens que por um rápido olhar se apaixonaram para toda a eternidade. As provas se tomaram verdadeiras torturas, não estudavam e, por isso, seus resultados sempre eram negativos, ao contrário dos seus resultados anteriores.
Passaram, assim, quatro meses e meio. Gustavo e Kátia já estavam de férias, porém a angústia era maior do que no início, os apaixonados cada vez mais fortificavam seu amor, traziam dentro de si a ânsia de se reverem como também as lembranças dos momentos felizes e curtos que passaram juntos.
VIII- O REENCONTRO

Ja de ferias, Gustavo volta a sua cidade, na ansia de reencontrar, de qualquer maneira, sua queirda Katia, e de tentar dizer-lhe o que acontecera.
epois de dois dias em sua cidade, Gustavao resouvel ir a praca, o local dos encontros dos dois , sentou-se no banco e comecou a escrever, desta vez , nao um livro, mas sim um romance, onde narava sua historia, porem quando seus olhos pairaram em outra direcao, avistaram Katia, que vinha descontraida ...
-Katia ... Eu estou aqui.
Na ansia de reencontra-la, Gustavo nao percebeu que Katia estava de wolkman, nao o ouvia, mas, em meio ao desepero, Gustavo criou coragem, correu como se fosse sua ultima chance, colocou em jogo todas as suas esperancas e ao se aproximar daquela que inspirarava sua emocoes, gritou ...
-Katia, por que nao quer falar comigo!                           
Katia nao acreditava que aquilo era verdade, tanto que sofrera com saudade de seu amor, tantas noites de sono, tanta dor, e ver a solução de seus problemas em sua frente, Katia suspirou de alegria...
-Ah Gustavo! Como esperei por estemomento!
-Eu tambem Katia, nao conseguia  te tirar do pensamento, voce estava presente em tudo que eu fazia.
- Olha Gustavo, ainda nao estou acreditando que isto e verdade, nos dois juntos novamente.
-Katia, devo-lhe uma explicão ...
-Nao Gustavo, quem deve explicacoes sou eu, Flavia entregou tudo a meu pai, ele ficou furioso e me transferiu  para outra escola.
Mas que Flávia miserável, pois ela também usou esse mesmo golpe comigo, disse tudo a meu pai e o mesmo colocou-me na faculdade da capital.
-    Olha Gustavo, agora nada mais importa, estamos juntos e nada irá nos separar.
-    É Kátia, desta vez, ninguém nos separará, falarei com meus pais e se eles não aceitarem, assumirei algo mais sério com você.
-    Tudo bem, faça o que for preciso, pois quero muito ficar com você, pois você nem imagina o que sofri sem ter-te ao meu lado.
-    Da mesma forma também sofri e não quero mais que isso aconteça, nos encontraremos aqui neste mesmo local, amanhã.
-    Certo, amanhã estarei aqui.
-    Mas venha pronta para o que der e vier.
-    Ok! Você venceu.
IX- A FUGA

Os pais, tanto de Gustavo quanto de Kátia, já estavam certos de que tudo estava esquecido, porém, se surpreenderam ao saber que o romance entre Kátia e Gustavo, desta vez, estava mais forte e que os dois ansiavam ficar juntos. A revolta dos pais de Kátia não fora menor que a dos pais de Gustavo, mas desta vez não houve tempo para castigá-los, pois não sabiam o que pretendiam.
Passou-se o dia e já sendo tarde da noite, Kátia trancou-se no quarto e começou a arrumar suas coisas. O dia amanheceu, como não era de costume, Kátia acordou muito cedo o que fez seu pai estranhar.
-  O que foi que aconteceu Kátia? Está se sentindo mal?
-  Não papai, estou apenas sem sono…
Já eram nove horas, Gustavo estava impaciente, tão inquieto que nem percebeu quando Kátia se aproximou.

- Olá Gustavo.
-Oi Kátia, pensei que você não vinha!
-Jamais faria isso, mas como foi a reação de seus pais.
-Olha Kátia, não disse nada a eles, pois já sabia qual seria a reação, não estou pronto a ouvir besteiras,
principalmente do meu pai.
-Gustavo, vim pronta como você mandou.
-Ainda bem! Pois também estou pronto. Mas para onde  iremos?
-Somente o destino nos dirá.
-Então vamos, seja o que Deus quiser…
Avistaram então, um caminhoneiro que abastecia ...
-Olá senhor… o senhor esta de viagem?
*Daqui a cinco minutos viajarei para Recife.
-Pode nos dar uma carona?
*Posso, iremos daqui a pouco.
-Tudo bem, lhe agradeço bastante.
Partiram então Kátia e Gustavo, sem se importarem, nem se preocuparem, com as dificuldades que poderiam passar, apenas o amor e a paixão era a razão daquela tão inexplicável loucura.
Depois de certo tempo, chegaram então à bela Recife, a qual seria a nova morada, tudo era diferente, e apenas restava aos dois jovens o futuro inesperado ao qual escolheram...
*Pronto meus filhos, aqui está o local onde sempre fico.
- Obrigado, não sei como lhe agradecer, pois nos ajudou muito.
- É, também lhe agradeço bastante, o senhor foi muito bacana.
- Pronto Kátia, chegamos, agora vamos procurar um lugar para descansarmos.
- I sto é o que também acho, precisamos descansar.
Seguiram os dois à uma hospedaria, e ao chegar ao balcão de atendimento, se surpreenderam com tantas perguntas:
*Pois não, o que desejam?
-Desejamos um quarto, onde possamos descansar.
*São casados?                                                                      
-Sim, somos.
*É, a juventude de hoje está muito diferente, mas aqui está a chave, quarto nº31.
-Não queremos que ninguém nos incomode.
*Podem ficar tranqüilos.
-Então, até amanhã.
Pronto, estavam finalmente sozinhos, nervosos, confusos, sem saber o que fazer deitaram na cama, se encostaram suavemente, esqueceram os princí
Ao amanhecer do dia, Gustavo levantou-se discretamente, e saiu à procura de emprego, pois o dinheiro que havia em seu bolso era pouco e logo iria acabar. Porém sua procura foi inútil, pois por não ter conhecimento com ninguém, poucos lhe deram esperança de conseguir-lhe um emprego.
- Kátia, não sei o que fazer, só sei que fomos apressados demais.
- Gustavo, você está arrependido?
- Não, apenas comecei a pensar no que fizemos.
- É cara, fizemos uma burrada, mas serviu pana nos amadurecer
- Você tem razão, acho que devemos tentar desfazer esta nossa loucura.
- Acho que devemos fazer o certo e voltarmos para casa.
- Com certeza isso será o melhor e mais fácil para conseguirmos resolver alguma coisa, pois só temos até hoje a garantia deste quarto.
- Mas se os nossos pais não nos aceitaram?
- Caso isto aconteça, então daremos um jeito.
- Você está certo, iremos amanhã, mas não quero lhe perder.
- Você nunca irá me perder, nada nos separará.
X DE VOLTA AO LAR

O retorno de Kátia e Gustavo, foi algo que lhes custou caro, pois o medo a insegurança, lhes fazia sofrer e temiam muito o que poderia acontecer…
- Pronto Kátia, chegamos, agora é a hora da verdade.
- É Gustavo, estou com bastante medo, acho que estou com paianfobia.
- Paianfobia!?! O que é isto??
- Medo do meu pai.
- Só você mesma para me fazer rir numa situação desta.
- Mas o que faremos para nos encontrar depois?
- Bom, darei um jeitinho e estarei amanhã pela tarde lá na praça, aquela que virou o nosso ponto de encontro oficial.
- Certo, estarei lhe esperando, custe o que custar, mas espero que não falhe.
- Confie em mim, pois não lhe deixarei só.
- Até amanhã Gustavo.
- Tchau Kátia.
Após se despedirem, Kátia e Gustavo foram ao reencontro, no momento o seu maior tormento, de seus pais. Kátia foi a primeira vítima, pois ao chegar próximo de sua casa, avistou dona Zuleide, sua mãe, a qual se surpreendeu…
-Mamãe, voltei!
-Minha filha!! Graças à Deus que você voltou, você está
bem? O que deu na sua cabeça minha filha…
-Mãe, preciso descansar, pois estou tonta e preciso de
descanso, depois conversaremos, aliás, onde está papai?
-Ele ainda não chegou, mas vou ligar agora mesmo para
ele, vá descansar e deixe tudo comigo.
-Obrigada mamãe, só a senhora mesmo para fazer isto
por mim.
Do outro lado da cidade, ao chegar em sua casa, Gustavo deu logo de cara com seu pai:
- Gustavo meu filho, que bom que você voltou, eu sabia que você se convenceria de que estava errado.
- Olha papai, agora só quero ver minha mãe, depois conversaremos.
- Marta, venha aqui, Gustavo voltou...
- Gustavo meu filho, Graças à Deus, Ele ouviu minhas  orações.
-Quero que vocês me entendam, preciso descansar,  depois conversaremos.
-Venha meu filho, seu quarto está do mesmo jeito, pois  sabia que você iria voltar.
Depois de algum tempo…
- O que você está fazendo aqui Flávia? Eu não mandei ninguém lhe avisar.
- Calma Gustavo, isto não é preciso, você não precisa me dar explicação, pois já perdoei tudo.
-Você está enganada Flávia, eu não voltei para ficar com  você, ainda continuo com Kátia.                                      
Ao dizer isto, Gustavo não percebeu que seu pai escutara tudo por traz da porta.
-O que?! Não pode ser verdade, não vou aceitar isto.
-Papai, isto é verdade, voltei e se o senhor não aceitar o
meu relacionamento com Kátia, farei tudo novamente.
-Isso é o que nós iremos ver.
-Certo papai, lembre que foi o senhor quem quís assim.
Enquanto isto, na casa de Kátia…
-Zuleide, onde está Kátia?
-Está no quarto, mas olhe bem o que você vai fazer.
-Fique tranqüila, só quero conversar...
-Kátia, posso entrar?
-Claro que sim papai.
-Até que enfim você percebeu a loucura que fez, e  principalmente ao se relacionar com aquele rapaz…
-Olha papai, não é bem assim como o senhor está
pensando.
-Kátia, descanse mais e depois conversaremos.
-Certo papai, mas antes quero que chame mamãe.
-Tudo bem, até mais tarde.
-Chamou-me filha.
-Sim mamãe, estou me sentindo estranha.
- Amanhã cedinho, iremos ao médico.
- Ok mamãe.
No dia seguinte…
-Kátia minha filha, vamos?
-Sim mamãe, só um momentinho. Porque será que estou
me sentindo tão mal?
-Kátia, você fez alguma besteira?
-Infelizmente, não posso mentir para a senhora.
-O que você está querendo dizer com isso?
-É mamãe, acho que estou grávida.
-Calma Kátia, não se precipite, daqui a pouco saberemos da verdade.
Minutos depois…
-Olhe Katia, Chegamos.
-Mamãe, estou com medo.
-Deixe de besteira menina, vamos, ali está o doutor  Roberto.
-Olá Zuleide, a que devo a honra.
-Olha doutor, não sei se é uma honra, pois preciso que  nos tire uma grande dúvida.
-Então, vamos ao meu consultório. Mas o que a mocinha
está sentindo?
-Estou me sentindo muito zonza.
-Deite-se aqui então, para que eu possa examiná-la.
-Vamos lá Kátia, faça o que o doutor está pedindo.
-  Após breve exame…
-É dona Zuleide, a senhora vai ser vovó.
-Tem certeza doutor
-Toda certeza possível.
- E agora mamãe, como vamos enfrentar o papai.
-Fique tranqüila, irei enfrentar tudo com você.
Ao chegar a tarde, Kátia já ciente do que lhe ocorria, aprontou-se e foi ao encontro de Gustavo.
-Oi Gustavo.
-Olá Kátia, que bom que você veio.
-Olha Gustavo, tenho uma surpresa à lhe contar.
-Pois não, sou todo ouvidos.
-É sério, não é brincadeira, pois estou grávida.
-O que? Você está brincando comigo?
-Não Gustavo, estou esperando um filho seu.
-É, não sei o que falar, mas, já que vou ser pai, fico feliz.
-É Gustavo, mas o que iremos fazer?
-Agora é que iremos ficar mais juntos, custe o que custar.
-Mas se nossos pais não aceitarem.
-Iremos enfrenta-los novamente.
-Também penso assim, pois quero você e este meu filho,  o qual espero mais do que tudo na vida.
-Iremos enfrentá-los, custe o que custar, nem que seja  preciso fugirmos novamente.
-Concordo com você, seja o que for, estaremos juntos.
-Agora vou para casa, e amanhã, ligarei para você,     
Para contar-lhe o que aconteceu.
-Esperarei ansiosamente, my love.
Kátia e Gustavo se despediram com a felicidade de esperarem uma criança, que seria o fruto de suas loucuras, para aqueles dois jovens, o que era proibido, tornava-se o mais interessante jeito de viver, pois os dois se envolveram nos braços de uma aventura, fruto da paixão enlouquecida.
- Não, papai, para isso, terão que me matar primeiro.
Seu Paulo se retirou do quarto e deixou seu filho que se desmanchava em desespero e lágrimas, até quando decidiu...
- Não suporto mais, agora é pra valer, amanhã começarei a vender minhas coisas e depois fugiremos novamente, só que desta vez para sempre.
Passou-se o dia e a noite e já no outro dia Gustavo saiu de sua casa, com o destino de vender tudo que tinha, vendeu sua moto, sua bicicleta e juntou ao dinheiro que havia reservado para a publicação de outro livro , se preparou para a noite propor a Kátia uma nova fuga. Então, quando anoiteceu Gustavo o mais rápido que pôde, telefonou para Kátia:
- Alô, gostaria de falar com Kátia.
- Sou eu Gustavo, Katia.
- Oi, Kátia, esperei, cada minuto do dia, para falar com você.
- Eu também, Gustavo.
- Olha, Kátia, estou sabendo do que querem fazer...
- Ah! Gustavo, não sei o que fazer, não quero...
- Eu também não aceito isso.
- Me ajude, Gustavo.
- Olha, nós iremos fugir de novo.
- Mas para onde?
- Para a mesma cidade que fomos na primeira vez.
- Mas, você não lembra do que passamos?
- Desta vez será diferente, vendi tudo que tinha, agora tenho dinheiro suficiente.
- Que bom, Gustavo! Mas quando iremos?
- Amanhã, não podemos dar tempo a eles.
- Certo, eu já disse e repito, com você topo tudo.
- Eu também, Kátia.
- Gustavo, te amo.
- Eu também lhe amo, Kátia.
- Às 08:00, estarei lhe esperando, meu amor.
- Pode esperar, às 08:00h estarei  lá.
- Até mais, Kátia.
- Tchau, my love.
XI-  FUGINDO POR UMA VIDA
Gustavo e Kátia estavam decididos, iriam fugir novamente, só que agora a coisa era mais séria, teriam uma criança, suas vidas iriam mudar, já não eram aqueles jovens infantis, o futuro lhes forçava a isto, desta vez a responsabilidade estava lhe apertando.
Chegando o outro dia, às 08:00h em ponto, estava Gustavo esperando Kátia, até que a mesma apareceu...
- Cheguei, Gustavo.
- Ainda bem, pensei...
- Gustavo, desta vez, como iremos?
- Iremos de ônibus.
- Ok, vamos!
- E, o futuro nos espera, vamos lá. Táxi!
- Pois não, aonde vamos?
- Para a rodoviária.
- Certo.
- Ah! Gustavo, dessa vez tem que dar certo.
- Dará! Eu tenho certeza!
Chegando ao terminal rodoviário, Kátia e Gustavo desceram do taxi, pagaram  e correram em direção ao ônibus que já estava partindo, ao percorrerem os últimos quilometros da cidade, Kátia e Gustavo se lastimaram e suas lágrimas molhavam um ao outro, ficava na lembrança, uma cidade, na qual foram criados, familiares, planos, alegrias, tristezas, recordações, apenas levavam suas roupas dentro das malas e saudades dentro do coração, com também a esperança de serem felizes, a emoção de estarem juntos, os planos para o futuro, e o mais importante, uma criança que iria enche-los ainda mais de felicidades.
Chegando ao destino planejado, tiveram de cara, as lembranças e recordações dos momentos de quando estiveram lá pela primeira vez, logo lembraram da hospedaria que o senhor tão gentil lhes havia indicado.
- Kátia, lembra da hospedaria?
- Sim, seria bom se ficasse-mos lá, outra vez.
- É, vamos para lá. Taxi!...
- Pois não, aonde desejam ir?
- Para hospedaria...
- Sim.                                                                                   
- Ah, Gustavo, quero ficar naquele mesmo quarto, ok?
- Certo, eu também, acho ótimo.
- Pronto, chegamos, e esta a que queriam?
- Sim, é a mesma, quanto custa?
- Custou exatamente...
- Obrigado.
- Até mais.
- E lá estava novamente a atendente.
- Olá, vocês de novo por aqui, sentiram saudades?
- É, tivemos que voltar.
- É, verdade, gostaríamos de alugar o mesmo quarto, é possível?
- Claro que é, tome a chave, quarto n.º 31.
- Obrigada.
- Sim, por favor, não queremos ser incomodados.
- Fiquem tranqüilos.
- Até mais...
Passaram-se alguns dias, Gustavo e Kátia desfrutavam assim, sua Segunda lua de mel, Gustavo saiu para procurar um emprego, dessa vez teve a sorte de passar numa empresa de revistas, o que lhe deu a chance de estagiar como jornalista da mesma. Como Gustavo tinha sua mente 100% criativa, logo ganhou espaço na empresa e garantiu o emprego, dando-lhe a chance de se estabilizar e poder construir o tão sonhado lar...
- Ah, Kátia, não vejo a hora de nos mudar-mos para aquela casa que vi quando estava vindo.
- Mas, como é essa casa, Gustavo?
- Com certeza é a nossa cara! Você irá amar!
- Tenho certeza que irei Gustavo, pois se você amou, também amarei, quando me levará lá?
- Olhe, assim que alugá-la, levarei-a lá.
- Então, vá agora mesmo e a alugue, pois quero morar nela!
- Ok, Kátia, você me convenceu, até mais.
- Tchau, my love.
Gustavo foi a procura do proprietário da casa, para acertar como seria o aluguel da casa, pois quando passara lá, viu uma placaq que dizia “Vende-se ou aluga-se”. Seu
ainda, não era suficiente para  comprá-la, porém, com o emprego que arrumara, tinha condição de alugá-la. Sua procura não demorou muito, pois o proprietário morava vizinho:
- Olá, o senhor é o proprietário dessa casa?
- Sim, sou, deseja comprá-la?
- Não, desejo alugá-la, é possível?
- Claro, vamos conhecer a casa.
- É, a casa está do jeito que quero.
- Então, vai ficar?
- Sim, quero um contrato de um ano.
- Certo, é o que eu ia lhe propor!
- Então, quando posso vir morar aqui?
- Amanhã mesmo, se quiser.
- Quero, minha esposa irá adorar.
- Mas, você já é casado?
- Sou, minha esposa já está esperando um bebê.
- Você se casou muito jovem...
Gustavo, ao alugar a casa, saiu o mais rápido que pode para avisar a Kátia da notícia que ia lhe deixar super feliz, desta vez parecia que a hospedaria ficava do outro lado do mundo. Gustavo se apressava com um olhar transbordando de alegria e felicidade. - Kátia, tenho algo a lhe dizer.
- Deixe para depois, agora quero saber como foi o negócio do aluguel.
- Mas, é isto mesmo!
- Ah, então me fala logo, cara!
- Você nem imagina, eu  aluguei ...
- Que bom!
- E o melhor você nem sabe.
- Fala logo Gustavo, assim eu não agüento.
- Nós nos mudaremos para lá amanhã.
- O que?
- É verdade!
- Mas, e os móveis? Nós não temos, você esqueceu?
- Aí está a outra surpresa. Desta vez eu trouxe comigo, tudo que tinha juntado há anos.
- Ah! Gustavo, a cada dia que se passa te amo ainda mais.
- Bom, agora, quero que você se apronte, pois você irá comigo.
- Que legal, irei escolher os móveis,sempre sonhei com isto.
- Se apresse, pois já está tarde.                                        
- Só um minutinho, Gustavo...
Kátia e Gustavo seguiram em direção ao comércio com o destino de comprar os móveis da casa que seria o cantinho de felicidade dos dois.
XII  POR FIM, ESTABILIZADOS

Já de casa nova, Kátia e Gustavo esperavam ansiosamente o bebê que completaria a felicidade que reinava entre os dois.
- Kátia, estou tão feliz, que nem sei como agradecer a Deus.
- É Gustavo, nunca esperei que a felicidade fosse tão boa.
- Ela aumentará ainda mais quando o nosso filho nascer.
- E se for filha?
- Será uma grande alegria, tanto se for menino ou menina.
- Devemos pensar em alguns nomes.
- Se for menina será Vanessa.
- E se for menino será Thiago.
- Certo,  Katia, esta combinado, seja o que Deus quiser.
- É, concordo com você.
Passaram-se alguns meses, Gustavo, ainda mais estabilizado: a vida dos dois estava tranqüila. Gustavo estava trabalhando, o dinheiro que recebia dava tranqüilamente para a sobrevivência, e trazia um pouco de conforto, na humildade dos dois.
Gustavo estava no trabalho, quando recebeu um aviso que havia um telefonema para ele, o que o surpreendeu:
- Alô, quem fala?
- Eu gostaria de falar com Gustavo.
- É ele mesmo quem fala.
- Olha, aqui é o Dr. Pedro.
- Sim, Doutor, o que deseja?
- Quero avisar-lhe o nascimento do novo membro de sua família.
- O que? Nasceu?
- Sim, Gustavo, estamos lhe esperando.
- Certo, Dr. , agora mesmo vou para lá, mas qual hospital é?
- Não é no hospital, é na casa de saúde...
- Certo, Dr., até mais...
Gustavo, já com os olhos cheios de lágrimas, de tanta felicidade, correu desesperadamente em direção ao seu chefe, explicou-lhe, pegou a moto da empresa e foi como um foguete, saiu veloz em direção a casa de saúde.
- Bom dia, eu desejo ver minha esposa, o nome dela é Kátia.
- Certo, ela está na enfermaria 31.
- 31?
Lá estava o número que sempre estava presente nos momentos que viveram juntos.
- É, n.º 31.
- Obrigado.
- Sim, parabéns!
- Obrigado, novamente.
Gustavo saiu apressadamente em direção da enfermaria nº 31, na ânsia de reencontrar Kátia, até que a encontrou:
- Oi, Kátia.
- Oi, Gustavo, quero que conheça Vanessa, a nossa Vanessinha.
- Como é linda!
Gustavo a colocou nos braços e a tinha como a melhor coisa que lhe acontecera em toda a sua vida.
- Graças à Deus.
- É, Gustavo, antes éramos três: eu, você e a felicidade; mas agora somos quatro: eu, você, a felicidade e a Vanessa.
- Kátia, você me deu o melhor presente que um homem pode receber.
- Quero que saiba que esta pequena Vanessinha, é o fruto que ramificará nossa aventura que hoje é felicidade.
- Kátia, se eu pudesse, agora mesmo, lhe abraçava, lhe beijava e lhe demonstrava o que estou sentindo.
- Não precisa, Gustavo.
- Por que você diz isso?
- Porque o brilho dos seus olhos já me demonstrou.
- Que bom, Kátia.
- Dê-me, apenas, um beijo no rosto.
- Com o maior prazer.
No outro dia, Gustavo foi buscar Kátia na casa de saúde, e a levou para casa. Chegando, Gustavo já fazia festa com os vizinhos e mostrava sua filha Vanessa a todos os que por ali passavam...
Assim passaram alguns meses, e tudo parecia uma céu, uma vida sossegada...                                                                  


XIII-  O TORMENTO
Como em todo casamento há desacertos, começou, entre Gustavo e Kátia, aparecer um conflito, que pouco a pouco foi aumentando. Tinham crenças diferentes, enquanto Gustavo queria escutar músicas românticas, Kátia queria escutar a dos Rolling Stones; enquanto Gustavo queria levá-la a igreja, Kátia queria que Gustavo a acompanhasse nos shows de rock; Gustavo queria sua filha bem composta, Kátia queria que Vanessa usasse roupas curtas e da moda. Isto foi criando uma situação muito indesejável.
Para piorar a situação, Vanessa adoeceu, Gustavo perdeu o emprego, pois a empresa fechou e o dono da casa onde estavam morando, pediu que procurassem outra casa, pois ele iria vendê-la a outra pessoa.
O tormento foi crescendo tanto que chegou o dia em que Gustavo e Kátia não agüentaram  e começaram a discutir:
- Gustavo, desse jeito não dá.
- Então, o que você quer?
- Quero que arrume um emprego, deixe de me encher a paciência, e dê um jeito de levar sua filha ao médico.
- Isso não é justo, Kátia, você sabe que eu me esforço.
- Olhe, você me enche muito a paciência.
- Isso só aconteceu porque você é incrédula.
Quando Kátia terminou de falar, percebeu que havia alguém batendo palmas em sua casa,  Gustavo e Kátia foram atender...
- Bom dia, meu nome é Ademir.
- Pois não, o que deseja?
- Gostaria, se possível, de tomar a atenção de vocês por alguns minutos.
- Sim, pode entrar.
- Com licença, quais são os nomes de vocês?
- Olha, o meu é Kátia, e o dele é Gustavo.
- Bom, Kátia e Gustavo. Eu sou evangélico, venho aqui para falar-lhes de alguém que poderia modificar suas vidas.
- Olha, Ademir, não tenho muita afinidade com religião, mas sei que existe alguém superior.
- Não fale assim, Kátia, somente escute...
- Olha, Kátia, vou deixar-lhes este folheto, se vocês se interessarem, atrás há o endereço que poderão me procurar para saber mais sobre Jesus.
- Certo, obrigada.
- Foi um prazer conhecê-los, espero vê-los  lá. Agora tenho que ir...
- Tchau, Ademir, foi um prazer para nós.
- Tchau.
Quando o rapaz se retirou Kátia não sabia o que dizer, apenas lembrou de ler o folheto. Que tinha escrito:
Ainda existe uma esperança
Ao terminar de ler, tanto Kátia, como Gustavo, estavam chorando, pois aquelas humildes palavras, transformaram seus corações. Tudo aquilo desenvolveu, a partir daquele instante suas vidas se modificaram. E após alguns dias, resolveram ir ao local escrito no folheto.
- Que bom que vocês vieram, por favor entrem e sentem, aqui também é sua casa.
- Obrigado, você é muito gentil!
- É, Gustavo falou o que eu queria falar.
- Vamos, sentarei ao lado de vocês.
Já em casa, Gustavo e Kátia começaram a analisar suas vidas e tudo que haviam feito...
- Olha, Kátia, fomos muito imaturos.
- É Gustavo, hoje também percebo isso.
- Nós nos entregamos muito à paixão.
- Acho que deveríamos ter pensado melhor nas conseqüências.
- O que nós fizemos não foi a melhor solução.
- Colocamos até, por infantilidade, nosso vida em risco.
- É poderíamos estar diferentes, se tivéssemos pensado melhor.
- Concordo com você, acho que metemos os pés pelas mãos.
- Infelizmente, só aprendemos quando apanhamos.
- Poderíamos não ter ido pelos nossos impulsos, e sim, termos tomado decisões maduras.
- Com certeza, nós não estávamos preparados para enfrentarmos uma relação tão séria, e principalmente uma filha, que por a ajuda de Deus está sobrevivendo.
- Você está certo, os jovens deviam pensar melhor antes de colocar em jogo suas vidas, como também a de outros.
- Devemos agradecer a Deus, por ainda termos chance e tempo para reconhecermos e entendermos a loucura, por seguir nossos impulsos, de colocarmos nossas vidas em uma aventura, e por não nos prevenirmos e não darmos ouvidos aos princípios da sociedade, termos colocado a vida de nossa filha em ameaça e perigo.
- Que tal se pensássemos em algo para amenizar nossa culpa de consciência?                                                         
- Vou tentar.
- Pense, pois também procurarei alguma coisa para nos aliviar.
- Kátia, o que você acha de escrevermos para nossos pais?
- Como assim?
- Contar-lhes o que nos aconteceu.
- Mas, contar tudo?
- Não, contar apenas que estamos felizes, falar de Vanessa, falar de nossa nova maneira de pensar e agir.
- É, talvez, seria bom.
- Não, Kátia, será ótimo.
- Nossas mães ficaram alegres, agora, já nossos pais...
- Pelo menos teremos feito nossa parte.
- É, você tem razão.
- Ainda bem que você concordou.
- É, será melhor.
- Mas, quem escreverá esta carta?
- Não se preocupe, Kátia, eu a escreverei.
- E depois, se ele não mandarem  notícias, o que faremos?
- Nós iremos até lá.
- O que? Você deve estar brincando.
- Não, é verdade, agora é diferente, não tem como eles não nos aceitarem.
- É, sou obrigada a concordar com você.
- Então o que você acha de começar a escrever?
- É bom, pode começar.
Queridos pais...
... Escrevemo-lhes esta carta, para lhes comunicar que estamos muito bem e felizes. Esperamos que vocês também estejam se sentindo assim. Queremos que vocês fiquem sabendo de Vanessa, dentro do envelope, está a nossa foto com ela. Ela é uma criança linda, feita da nossa mistura, tem os olhos verdes da mãe e os cabelos pretos do pai. Nos arrependemos do que fizemos e esperamos que vocês já tenham nos perdoado. Aguardamos ansiosamente respostas, dos seus filhos, Gustavo, Kátia e Vanessa.
Passou-se um mês e nada de resposta. Gustavo e Kátia cansam de esperar…
- Olha Kátia, decidi! Amanhã iremos na casa de nossos pais.
- Você não acha que está cedo para isto?
- Não, acho até muito tarde, já devíamos ter feito isso
- Você é quem sabe!
- Está decidido.
- Mas amanhã, é rápido demais.
- Não é, apronte as coisas e ...
- Ok, iremos amanhã.
XIV- O REENCONTRO FAMILIAR
Kátia e Gustavo partiram na ânsia de rever a cidade em que nasceram, cresceram e se conheceram. Logo ao chegarem esplandecia em suas mentes, as lembranças de tudo o que fizeram quando lá moravam, os encontros escondidos, o primeiro beijo, o primeiro contato…
- E aí Kátia, está preparada?
- Sim, seja o que Deus quiser.
Já decididos, foram então, primeiramente à casa dos pais de Kátia, e logo ao chegarem ao portão, dona Zuleide os avistou.
- Kátia minha filha, Como é bom te ver! Como você está linda!
- Mãe, esse é Gustavo, essa que está em meus braços é Vanessa, ela é o fruto do nosso amor.
- Olhe, D. Zuleide, amo muito a sua filha.
- Mamãe, onde está papai?
- Está aqui dentro, minha filha. Edmilson, Kátia está aqui.
- O que? Kátia?
- Sim, papai, sou eu.
Seu Edmilson, espantado e ao mesmo tempo furioso, saiu ao encontro de Kátia, mas ao rever sua filha percebeu a pequena criança que estava em seus braços.
- Kátia, como essa criança se chama?
- Vanessa, papai, tome, pegue-a .
- Não, Kátia, não mereço isso, eu quís matá-la.
- Isso é passado, Seu Edmilson, agora ela é sua neta e filha também.
- Muito obrigado, Gustavo, quero que vocês saibam que me arrependi e que aceito vocês como meus filhos.
- Que bom, papai, o senhor não irá se arrepender!
- É, eu garanto que não.
Então todos se abraçaram e a indiferença que antes existira transformou-se em amor e união, que jamais fora vista em toda a vida da família da jovem Kátia, que agora estava mais feliz do que em toda a sua vida.                                     
Passou-se o dia e já no amanhecer do outro, Gustavo levantou-se com o propósito de ir à casa do seu pai, chamou Kátia e logo que Vanessa acordou, foram à casa de seus pais.
Chegaram à casa dos pais de Gustavo, ao chegarem no portão deram de cara com seu Paulo, pai de Gustavo.
- O que você quer aqui?
- Papai...
- Não me chame de papai.
- Vim lhe apresentar minha esposa e minha filha.
- Não desejo vê-las.
- Olhe, pelo menos, para sua neta.
Quando seu Paulo olhou em direção à criança, deu-se com um sentimento o qual o fez encher os olhos de lágrimas, viu sua neta o qual queria que morresse, isto fez com que o ódio que nele existia se transforma-se em arrependimento.
- Meu filho, como ela é linda. Marta venha vê sua neta.
- Que linda, que bom que você está aqui, meu filho.
- Papai, nos aceite de volta...
- Certo meu filho, a partir de agora vocês três são meus filhos.
- Obrigado, papai.
- Obrigado, seu Paulo.
- Que bom que você fez o certo, Paulo.
- Vamos, entre, a casa  também é de vocês.
A felicidade era tão grande que Gustavo e Kátia não sabiam explicar, seus pais lhe aceitaram, e mais, fizeram de tudo e trouxeram-nos de volta para, definitivamente, morar na cidade, onde viveram suas vidas, antes de se conhecerem. Seu Edmilson arrumou uma casa para que eles morassem; seu Paulo arrumou um emprego para Gustavo, o que o deixou bem estabilizado, enfim; tudo era felicidade.
XV-  VANESSA, O FRUTO DO AMOR

O tempo foi passando, Gustavo e Kátia se amavam cada vez mais, a felicidade reinava em seus momentos, Vanessa, que era o fruto das loucuras de amor de Kátia e Gustavo, já tinha 14 anos de idade.
- É, minha filha, minha Vanessinha. Aliás, Vanessa, pois você já está uma moça.
- Serei sempre a sua Vanessinha, papai.
- Olhe, Vanessinha, você é meu orgulho, é uma jovem simples, não anda se misturando com o mundo.
- É, papai, mas isto também me alegra.
- Espero que você continue assim, pois moça como você é raridade.
- Papai, como o senhor e minha mãe se conheceram?
- Ah! Vanessinha, essa é uma longa história.
- Ah! Papai, eu quero saber!
- Tá certo! Foi assim...
- É, papai, vocês se amaram muito.
- Não posso nem dizer o quanto, minha filha.
- Será que, também, quando amar, serei tão feliz como vocês?
- Isso, minha filha, só o futuro lhe dirá.
- Olha, papai, acho que se um dia amar alguém, tentarei amá-lo como minha mãe o ama.
- Mas tome  cuidado para não fazer loucuras.
- Papai, se o senhor e minha mãe tivessem evitado as loucuras, talvez, hoje, não estaria viva.
- Não é bem assim minha filha, certo que das nossas loucuras, resultou você, porém, o que fizemos não foi a melhor atitude que poderíamos ter tomado.
- Mas vocês não são felizes?
- Somos! Mas, sofremos demais e não éramos tão maduros para enfrentarmos o que passamos.
- É , papai, o senhor tem razão, devemos pensar muito antes de fazermos alguma loucura.
Vanessa era uma filha muito paparicada, tinha tudo que queria, seus pais lhe amavam muito, seus avós faziam tudo por ela, ela tinha uma boa educação, sempre as melhore coisas, amor em abundância, porém quando começou  a se envolver em casos amorosos, Vanessa sempre refletia  nas loucuras praticadas por seu pais em sua juventude, isto a fazia repensar, ouvir aos mais esperientes, e acima de tudo nunca agia por seus impulsos, pois entendia que quando a cabeça não pensa o corpo padece.

Biografia do autor

Ferreira, Carlos André Cavalcanti, poeta, escritor, natural de Arcoverde  Pernambuco, filho de Luiz Francelino Ferreira e Terezinha Cavalcanti Ferreira, residente à rua Braz Vieira de Santana, nº 166, CEP  57.304-430, bairro Primavera, Arapiraca  Alagoas, autor dos livros: Poesia é Amor, Suspiros e Saudades, Transpondo Barreiras, Sentimentos, Palavras de Amor, Na Estrada do teu coração e Em Busca do Amor I  Em  Busca do  Amor  II,  Emoções.  Árdua Paixão  e  Gestos  de  Carinho.            

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carlos andre o poeta ESCRITO POR carlos andre o poeta Escritor
Arapiraca - AL

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