LINDA
Um doce balanço
Em leve remanso
Como águas do mar
Sob vento parado
Não canso de olhar
O teu caminhar
De rio ondulado
Desviando da ilha
Que maravilha
O sol, pobre coitado
Perde o brilho em seus olhos
As Jubartes de Abrolhos
Calam o canto
E acabam o encanto
Perto de ti
Eu nunca vi
Beleza tão meiga assim
Cabelos soltos ao vento
Exalando longe o perfume
De suave e fresco jasmim
Contrastando com o cheiro forte
Da terra meio molhada
Pela garoa que acabou de cair
E molhou sua blusa branca
Deixando à mostra a estampa
Que você não queria exibir
Culpa dos seus braços cruzados
Que não souberam cobrir
Mas mesmo assim
Você percebe e começa a sorrir
Um sorriso aberto de alto mar
Deixando escapar
Uma leve risada
Mas sem censurar
Quem sabe zombando
Por eu não parar
De te olhar caminhando
Mas é impossível não olhar
Você parece flutuar
Como um veleiro atracado
Nas águas mansas da praia
Igual às velas sua saia
Balança ao sopro do vento
Descobrindo suas coxas morenas
De pelos dourados por um creme qualquer
E eu cá no meu canto
Me rendo ao encanto
Dessa linda mulher
(Sander Dantas Cavalcante)
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