Bicho Papão
Do seu rosto uma vez belo,
se vê enrugado,
com dobras que marcam anos vividos.
Os cabelos escuros e fartos,
agora poucos e prata.
O corpo uma vez cheio de curvas,
se tornou roliço, sem atrativos.
As pernas torneadas e fortes,
Hoje, frágeis, doloridas e hesitantes.
Mas ainda criança...
Cheia de meninices.
Ainda com medo do Bicho Papão.
Que papou o companheiro,
E esse se foi duas vezes,
Uma no divorcio outra quando morreu.
Os filhos que crescem e nunca ficam adultos.
Ainda brigam,
Fazem birra,
Se escondem.
Ficam ocultos sem visitá-la.
Meninos crescidos que agora dão mais trabalho.
Ainda tem medo do escuro,
No escuro vem de novo o bicho papão.
E papa as amigas, os vizinhos e conhecidos.
Leva a vitalidade, a saúde e a disposição.
Envelhecer e voltar a ser criança,
Assim temer de novo o bicho papão.
Comentários