Brincadeira de mau gosto
Agorildo era um sujeito
Popular na região,
Que bebia com os amigos
Na maior descontração,
E amanhecia o dia
Numa farra de violão.
Bebia a noite toda
Até alta madrugada,
Uísque pinga e cerveja
Ele não enjeitava nada,
Corote e álcool dosado
Topava qualquer parada.
Às vezes bebia tanto
Que ali pegava no sono,
Seus amigos até brincavam
“Cu de bebo não tem dono,
O cara tinha família
Mas vivia no abandono.
Certo dia Agorildo
Começou a farrear,
Oito litros de aguardente
Somente pra começar,
Tira gosto tinha tudo
De manga verde a jabá.
Estava muito animado
E resolveu amanhecer o dia,
Pegaram um violão
E fora pra uma escadaria,
E cachaça rolou
Com musica, piada e poesia.
Às três horas da manhã
O coitado arriou,
E uma brincadeira de mau gosto
Um dos amigos tirou,
Quebrou um ovo de galinha
E no papeiro dele passou.
Acordou às seis da manhã
Com o fundilho melado,
Ai passou a Mão de leve
E disse: fui enrabado!
Agora estou sem moral
Vão me chamar de veado.
Chegou em casa cabisbaixo
E no quarto se entocou,
Pegou o revolver do pai
E no seu ouvido atirou,
Varou dum lado ao outro
Por um milagre escapou.
Levaram para o hospital
E por sorte não morreu,
Quando disseram a verdade
Ele quase enlouqueceu,
Foi embora para Minas
Porém nunca mais bebeu.
Dizem que vive isolado
Nenhum amigo ele tem,
Não comemora aniversário
Até odeia parabéns,
Dorme com os olhos abertos
Pois não confia em ninguém.
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