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Minhas escolhas

Será que não vêem que cabe a eu escolher?

 

            Eu fico tentando descobrir por que existem pessoas que tomam decisões por mim? Será que é pela necessidade de sentir que faz parte da minha vida? De sentir que me ajudou em algo e, portanto, deixou sua marca em mim? Talvez.

            Ou será que me consideram tão incapacitada a ponto de nem saber o que escolher? A ponto de nem saber o melhor para mim? Não, acho que não. Eu também não faço escolhas por ninguém, ainda mais se essa decisão for capaz de modificar a vida de alguém de alguma forma.

            Mesmo assim, existem aqueles que teimam em falar ou fazer algo por mim e não falo somente da influência da mídia, mas sim dos amigos, família, namorados, professores, vizinhos... Todos insistem em dar palpites sobre como me vestir, com quem devo ou não conversar, se posso ou não escutar essa música, se como doce ou salgado, se estudo ou saio... Será que não vêem que cabe a eu escolher? Parem: eu digo, mas é inútil, eles continuam escolhendo.

            Será que não percebem que eu não tenho mais dois anos e, por isso, não preciso que me vistam, me alimentem, me banhem, me coloquem em frente à TV para assistir ao Barney ou me indiquem amiguinhos para brincar? Eu cresci! Tenho 18 anos e amadureci bastante nesse intervalo.

            Tropecei também... Cai, escolhi errado, julguei mal, fiz amizade com que não valia a pena, briguei com que amava, escutei bandas que não prestavam, comi doce e salgado, vesti o que eu queria, chorei muito e ri mais ainda, mas o mais importante: aprendi bastante. E, hoje, fazendo um balanço das perdas e ganhos, vejo que todas as experiências foram válidas: ganhei muito mais que perdi.

            E sabe por quê? Porque fui eu quem escolheu esse caminho, decidi onde queria estar e estou. Claro que os outros também queriam escolher por onde eu deveria ir (aliás, até hoje), sempre na esperança de que eu decidisse pelo caminho que julgavam mais fácil, mas eu não dei e nem dou ouvidos.

            Sempre arrumei um jeito de fazer as coisas a minha maneira e só depois pedia conselhos. Talvez se tivesse seguindo um ou outro conselho, não tivesse levado alguns tombos, mas como costuma dizer um amigo meu: “Nós não caímos. Nós aprendemos a nos erguer.” E isso é o que conta: todas às vezes eu consegui me levantar. Por isso, eu peço: por favor, pessoas que se importam comigo (ou não) parem de opinar por mim!

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IORGAMA PORCELY ESCRITO POR IORGAMA PORCELY Escritora
São Leopoldo - RS

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