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projeto interdisciplinar Jornal Edjackson : um jornal de ideias.

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EDJACKSON NOTÍCIAS:     UM JORNAL DE IDEIAS

 

PROJETO INTERDISCIPLINAR

 

JUSTIFICATIVA

Os novos achados linguísticos  vêm estimulando educadores a romper com práticas pedagógicas que limitam o ensino  dos gêneros  do discurso em sala de aula, propondo a partir dos pressupostos bakthiniano do gênero, considerado a partir das esferas de atividades da comunicação, uma  nova proposta que visa desenvolver atividades significativas que permitem capturar além das estruturas formais do texto.

Assim, este projeto propõe desenvolver com educandos atividades a partir da concepção do gênero do discurso, pois um texto  não é uma criação puramente individual. É também resultado de um processo de elaboração que conta com a participação de diferentes agentes: o autor que o escreveu, o público para o qual foi escrito, o contexto em que foi produzido (social, politico, cultural, etc.) e os meios de circulação em que divulgado ou publicado. Todos esses agentes discursivos influenciam, em maior e menor grau, o produto final.

A partir destes  pressupostos teóricos o presente projeto à luz  da LDB 9.394/96 ( Lei de Diretrizes de  Bases da Educação) ,PCN`s (Parâmetros Curriculares Nacionais ),  BNCC (Base Nacional  Curricular  Comum), visa criar um  jornal trimestral : “ EDJACKSON NOTÍCIAS: um jornal de ideias” na perspectivas de desenvolver habilidades de leitura e escrita contemplando os eixos do estudo linguístico que são: leitura, escrita, letramento literário e análise linguísticas, trabalhando  os gênero da esfera jornalística, assim,  levando aos alunos  a compreender as práticas e usos dos gêneros pertencentes a esta esfera da comunicação.

Portanto, na perspectiva de um ensino-aprendizagem significativo e de qualidade, através da imersão dos educandos  no estudo da esfera jornalística, para  exercer de maneira consciente e crítica, o  seu papel  de sujeito participativo enquanto receptor e  produtor de textos e a plena cidadania, contribuindo com uma sociedade mais justa e igualitária.

 

 

OBJETIVOS

GERAL: Desenvolver  a proficiência leitora  e a habilidade da  escrita  através dos gêneros da esfera jornalísticas com produção de um jornal impresso e falado com edições trimestrais,  com os educandos da Escola Edjackson Leocádio.

ESPECÍFICOS:

ü  Despertar no aluno o interesse pela informação.

ü   Incentivar o aluno a avaliar os fatos do seu tempo.

ü  Desenvolver a oralidade.

ü   Promover o trabalho em equipe.

ü   Dar ideia do trabalho jornalístico.

ü  Desenvolver relações humanas e sociais entre os alunos

ü   Ser um meio de aproximação da escola com o lar e com a comunidade

ü  Levar o aluno a aperfeiçoar-se na linguagem oral e/ou escrita, no ato da comunicação.

ü  Deixar transparecer em seu conteúdo as atividades e o dinamismo da escola.

ü  Cultivar os sentimentos de solidariedade humana.

ü  Ressaltar os eventos cívicos.

ü  Permitir que se revelem as vocações jornalísticas e literárias dos alunos.

ü  Conhecer os gêneros da esfera jornalística: editorial, artigo de opinião, carta do leitor, etc;

ü    Analisar jornais impressos e digitais em circulação;

ü  Definir os gêneros que irão compor o jornal “EDJACKSON NOTÍCIAS”;

ü  Produzir os gêneros para serem publicados no jornal através da etapa de produção: planejamento, escrita, reescrita e produção final, à luz da concepção discursiva;

ü  Publicar   o jornal escolar.

 

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

No nosso dia a dia, em contato com outras pessoas e com as diversas informações que recebemos, estamos expostos a várias situações comunicativas, cada uma situada em seu devido contexto. Na escrita e na fala existem algumas estruturas padronizadas que recebem o nome de gêneros textuais.

Etimologicamente a palavra gênero reflete as visões divergentes sobre a mesma (BAWASCHI e REIFF 2013: p. 16). O termo genre  ( gênero textual ), vem do francês que  remete através do termo correlacionado gender (gênero social), aotermolatino genus, que se refere a “espécie” ou “classe de coisas”. Por outro lado genre, novamente por meio do correlato gender, pode se remeter ao termo latino gener que significa gerar.

 Assim, o termo gênero, em vários momentos e em diversas áreas de estudo, passou a ser definido e usado principalmente como uma ferramenta classificatória, uma maneira de dividir e organizar espécie de textos e outros objetos culturais. Como afirma MARCUSCHI(2008:p.147) :

 

“ A expressão “gênero” esteve na tradição ocidental, especialmente ligada aos gêneros literários, cujas análise se inicia com platão para se afirmar com Aristóteles, passando por Horácio e Quintiliano, pela Idade Média, Renascimento e a Modernidade, até os primórdios do século XX”

 

Os gêneros literários eram usados como modelos dignos de ser imitados para alcançar uma escrita perfeita.  Atualmente, a noção de gênero já não é mais se vincula  apenas a literatura, como lembra Swales apud Marscuschi (1990:33),  que “gênero é usado para referir uma categoria distintiva de discurso de qualquer tipo, falado ou escrito, com ou sem aspirações literárias”. E, deste modo, que é compreendido o gênero textual na linguística e na retórica e em outras ciências humanas como etnografia, sociologia, antropologia.

 

Para Bakhtin (1992) a linguagem perpassa toda atividade humana. E o emprego da língua se dar em formas de enunciados orais ou escritos. Para ele os enunciados e seus tipos, ou seja, os gêneros discursivos,  são “correias de transmissão” entre a história da sociedade e da linguagem.

 

Logo, os fenômenos fonéticos, lexicais e gramaticais novos não se integram ao sistema da língua sem ter percorrido um longo e complexo caminho  elaborando novos gêneros. Pois, é impossível se comunicar verbalmente sem intermédio dos gêneros. Nessa  perspectiva, é possível identificar, no discurso, que ele se organiza em enunciados, um conjunto de peculiaridades, que se referem, uniformemente, não só às temáticas abordadas, a recursos do léxico utilizados e à organização gramatical, mas também aos mecanismos da sua formação composicional (BAKHTIN, 2011). Esta é a definição que o autor faz para o conceito de gêneros do discurso. Acrescenta ainda o autor:

A riqueza e a diversidade dos gêneros do discurso são infinitas porque são inesgotáveis as possibilidades de multiforme atividade humana e porque em cada campo dessa atividade é integral o repertório de gêneros do discurso, que cresce e se diferencia à medida que se desenvolve e se complexifica um determinado campo. Cabe salientar em especial a extrema heterogeneidade dos gêneros do discurso (orais e escritos), nos quais devemos incluir as breves réplicas do diálogo do cotidiano (saliente-se que a diversidade das modalidades de diálogo cotidiano é extraordinariamente grande em função do seu tema, da situação e da composição dos participantes), o relato do dia a dia, a carta (em todas as suas diversas formas), o comando militar lacônico padronizado, a ordem desdobrada e detalhada, o repertório bastante vário (padronizado na maioria dos casos) dos documentos oficiais e o diversificado universo das manifestações publicísticas (no amplo sentido do termo: sociais, políticas); mas aí também devemos incluir as variadas formas das manifestações científicas e todos os gêneros literários (do provérbio ao romance de muitos volumes) (BAKHTIN, [1992] 2011, p. 262).

 

Em síntese, dispomos de uma variedade de enunciados, os gêneros discursivos, que têm formas relativamente estáveis e cumprem funções sociais. E, a cada momento, existe renovação, pois há uma grande quantidade de atividades sociais que emergem e outras que deixam de existir no cotidiano das pessoas de diferentes espaços sociais. Estas se renovam, porque novas necessidades surgem e, muitas delas, são supridas por meio do uso de novos gêneros discursivos. Além disso, há variação de uso de gêneros não apenas no eixo da escrita, mas também no eixo da oralidade, nas diversas modalidades de uso da língua.

            Por isso, é preciso que acreditemos sempre na busca pela diversidade de gêneros na sala de aula, por ser este o local  em que o professor deve oportunizar ao aluno a vivência de situações comunicativas didáticas experimentais, especialmente elaboradas para o ensino, mas com base no que ocorre na realidade social. Dessa forma, o professor ajuda a preparar o estudante  para a vida fora da escola  e ao pleno exercício da cidadania.

            Para isso, o educador  deve buscar atividades que visam  desenvolver as habilidades sócio-cognitvas do educando, porém , é necessário romper com a noção de gêneros como forma fixa e enrijecedora da ação criativa. Embora, eles contribuam para ordenar estabilizar as atividades comunicativas do dia a dia, são tipos relativamente instáveis (Bakhtin1992). 

Schneuwly e Dolz(2004) define gênero como um instrumento de potenciais de aprendizagem. Baseados nas concepções bakhtinianas de que a língua é um fenômeno sócio-histórico que não pode ser dissociada dos seus falantes e de seus atos, das esferas sociais e dos valores ideológicos, outros autores, sobretudo, apresentam uma releitura da teoria dos gêneros adaptando-a à realidade escolar. Para esses últimos, o gênero discursivo é entendido como “mega instrumento que fornece um suporte para a atividade, nas situações de comunicação, e uma referência para os aprendizes” (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004, p. 65). Em síntese, é por meio dos gêneros que os nossos alunos podem ter um melhor acesso ao aprendizado.

            Na escola, segundo os autores, o gênero sofre uma adaptação para que ele atinja a finalidade de existir uma autêntica aprendizagem. Além disso, o gênero deve ser bem compreendido a fim de que o aluno não só possa desenvolvê-lo dentro ou fora da escola, como também explorar habilidades que permitam o mesmo produzir gêneros semelhantes ou desconhecidos.

É por isso que ratificamos o que Bentes (2011)  afirma:

o domínio dos diferentes gêneros pode auxiliar o aluno a ser o legítimo “dono” de sua fala, ou seja, pode levar o aluno a ocupar, com maior consciência, os diferentes lugares a partir dos quais pode falar e escrever. Além disso, o aluno, a partir de um trabalho com diferentes gêneros textuais, poderá tanto exercitar a reprodução de gênero, como também poderá reinventá-lo por meio do exercício de práticas de linguagem significativas proporcionadas na/pela escola, durante as atividades de ensino/aprendizagem de língua portuguesa e de outras disciplinas (BENTES, 2011, p.105).

 

Ou seja, se o professor dominar essas orientações para usá-las com alunos do Ensino Médio, estes assimilarão uma maior variedade de gêneros discursivos e se tornarão mais autônomos e protagonistas das suas produções textuais na escola.

            O ensino de língua, centrado nos gêneros, tem respaldo, também, nos PCN do Ensino Fundamental, segundo os quais, os textos:

organizam-se sempre dentro de certas restrições de natureza temática, composicional e estilística, que os caracterizam como pertencentes a este ou aquele gênero. Desse modo, a noção de gênero, constitutiva do texto, precisa ser tomada como objeto de ensino.

Nessa perspectiva, necessário contemplar, nas atividades de ensino, a diversidade de textos e gêneros, e não apenas em função de sua relevância social, mas também pelo fato de que textos pertencentes a diferentes gêneros são organizados de diferentes formas (BRASIL, 1988, p. 23).

 

            Com isso, percebe-se que não basta trabalhar com os gêneros na sala de aula, mas, sobretudo, é necessário diversificá-los, explorar não só os já conhecidos, como também campos ainda intactos, ou pouco explorados, a fim de que haja a apropriação de saberes diversos por parte dos estudantes. Assim, provavelmente, dando-se aos alunos acesso não apenas a gêneros diferentes, e solicitar a produção de outros exemplares, pode-se obter mais eficácia na aprendizagem. Diante disso, é possível, pois, concordar com Bezerman (2006, p. 11), que declarou:

Eu acredito que se reconhecermos os estudantes como agentes, aprendendo a usar criativamente a escrita dentro das formas interacionais tipificadas, mas dinamicamente cambiantes que chamamos de gêneros, eles virão a entender o poder da escrita e serão motivados a fazer o trabalho árduo de aprender a escrever efetivamente.

 

A nosso ver, acreditar em ações didáticas  que se organizem por meio do estudo consistente de gêneros discursivos, incluindo-se gêneros de domínios discursivos pouco frequentes em sala de aula, mais recorrentes na vida social, a fim de fugir à “ditadura” dos livros didáticos, poderá obter bons resultados.

            Procedendo, portanto, assim, entendemos que os alunos não assimilarão a ideia de que as produções no eixo da escrita na escola são um exercício “destituído de qualquer valor interacional, sem autoria e sem recepção” (ANTUNES, 2003, p. 26). Mas poderão se ver como agentes nesse processo.

            METODOLOGIA

À luz da teoria dos gêneros do discurso criar uma equipe para discussão sobre o jornal.  Em seguida, realizar oficinas para conhecer os gêneros que irão compor o jornal. Iniciar as  leituras e produções textuais. Depois,  dividir as secções do Jornal,  ir em busca de  informações para cada secção. Montar o jornal  sob a orientação do professor.  Apresentar o produto pronto para os colegas  da escola. Expor o jornal em um local acessível a todos na escola e distribuir alguns exemplares impressos.

Também, iremos produzir a versão jornal falado através do aplicativo FILMORA, um vídeo editor, colhendo as informações e noticias do espaço escolar, da comunidade e do município onde a escola está localizada. Estimulando uso da oralidade de maneira planejada, propiciando aos educando se familiar com esta modalidade. O mesmo será composto com a   seguinte pauta: acontecimentos na escola; passeios realizados, atividades da escola; experiências escolar projetos; curiosidades dos materiais didáticos; música;  dicas de livros; poemas, charges, tirinhas, entrevistas com alunos, professores, coordenadores, diretores,  autoridades locais etc. ; temas polêmicos: drogas, aborto , gravides na adolescência, alcoolismo; esportes, atualidades.

PÚBLICO ALVO: alunos do ensino fundamental II da Escola Municipal Edjackson Leocádio dos Santos.

SUJEITOS ENVOLVIDOS: professor, alunos, gestão, coordenação e toda comunidade escolar.

RECURSOS: computador, livros, jornais, revistas, papel, caneta, impressora, internet, aplicativo Filmora: vídeo editor.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:

   A avaliação acontecerá durante todo o projeto, observando o interesse, participação, envolvimento dos alunos nas atividades propostas.

REFERÊNCIAS:

FILHO,Francisco Alves.Gêneros Jornalísticos: notícias e cartas do leitor no ensino fundamental.Cortez: São Paulo,2011.

SCHNEUWLY, Bernardo;DOLZ, Joaquim.Gêneros Escolares. Das práticas de linguagem aos objetos de ensino,1995(mimeo)

GERALDI, João W., SILVA, Lilian L.M. & FIAD, Raquel S. (1996) “Lingüística , Ensino de Língua Materna e Formação de Professores” in DELTA, vol12, no 2, , pp. 307-326.

BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: Estética da Criação Verbal. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

Nacionais: ensino médio: Língua Portuguesa.

Secretaria de Ensino Médio. Brasília: MEC/SEF, 2001.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: Gêneros textuais & ensino. DIONISIO, Ângela Paiva e MACHADO, Anna Rachel e BEZERRA, Maria Auxiliadora organização). 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2002.

SCHENEUWLY, Bernard. Gêneros e tipos de discurso: considerações psicológicas e ontogenéticas. In: SCHENEUWLY, B; NOVERRAZ, Michèle; DOLZ, J.  Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. Trad. e org. Roxane  Rojo e Gláis Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2004, p. 21-39.

 P. In: VANOYE, Francis. Usos da Linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita. 8.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991, p. 77-79.

 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=23257

http://www.jornalescolar.org.br/como-iniciar-um-jornal/

http://educacao.uol.com.br/planos-de-aula/fundamental/geografia-trabalho-com-o-jornal.htm

http://www.revistasamizdat.com/2009/08/cigarra-e-as-duas-formigas-de-monteiro.html

http://pje.anj.org.br/biblioteca/atividades-com-jornal/page-2-dp1

http://www.roseanamurray.com/opiniao14.asp

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Maria Alice Santos ESCRITO POR Maria Alice Santos Escritor
Matriz de Camaragibe - AL

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