Lápis apontado
Meus mais profundos segredos
Escondidos em um pedaço de papel
E nas pontas dos lápis mal-apontados.
Meus sonhos bem feitos
Para nunca serem realizados.
Meus desejos sendo substituídos
Por momentos rasos e meus medos
Sendo escancarados.
O meu eu do passado, desapontaria
Meus lápis mal-apontados e
Faria de mim uma caneta,
Para que as histórias não sejam apagadas,
Nesse pedaço de papel reciclado.
E o que eu faria com essas linhas tortas?
Passaria por cima, ou faria novas?
Não sei, mas, continuaria esperançosa.
E se eu preferisse não escrever por linhas
E sim por espaços, bem-feitos para serem
Riscados com lápis apontados?
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