Orgulho
Aprendi tudo do nada
quando me vi mergulhado –
néscio e ignaro que sou –,
nesta triste madrugada,
na inutilidade desse
conhecimento estragado.
Aprendi tudo do nada
quando me vi embriagado –
pobre de espírito que sou – a
o fazer gente humilhada
meu vizinho, minha vitória
cor de sangue imolado.
Aprendi tudo do nada
quando me vi mascarado –
velado teatro que sou –,
diante da gente iludida,
sabendo – do meu abismo –
que eu era o mais enganado.
Aprendi tudo do nada
ao ver-me verme orgulhado –
tolo, gentio (esses sou) –
da própria seiva sugada
pelo pó do próprio nada
cheio da vida esvaziada.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar,
distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao
autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra.
Você não pode criar obras derivadas.
0
±1000 visualizações •
Denuncie conteúdo abusivo
±1000 visualizações •
Comentários