FIM DA TRAJETÓRIA DAS INDÚSTRIAS TÊXTEIS DA CIDADE DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS - ALAGOAS.

O FIM DA TRAJETÓRIA DAS INDÚSTRIAS TÊXTEIS NO MUNICÍPIO DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS - ALAGOAS.

O município de São Miguel dos Campos em épocas passadas, era considerado uns dos maiores produtores de tecidos do estado de Alagoas. Às indústrias têxteis existente no município abasteciam todo comércio local. Elas também destribuia o produto para toda região alagoana. Até mesmo para a Europa.
A maior dificuldade dos industriais era a carência da matéria prima. Pois no município não havia plantação de algodão. O mesmo era comprado nas cidades do sertão alagoano ou no sertão pernambucano.
Havia no município duas fábricas: A Companhia de Fiação e Tecido São Miguel. Também conhecida pelo pseudônimo de Fábrica Sebastião Ferreira. Ela recebeu esse apelido por ser edificada nas terras do antigo lavrador de cana, Sebastião Ferreira da Rocha que foi uns dos mártires miguelenses na invasão holandesa de 1630. E a Companhia Miguelense de Fiação e Tecelagem Vera Cruz. Que foi edificada nas terras do antigo sítio do mesmo nome. Na proximidade da entrada do povoado do Coité.
A Fábrica de Fiação e Tecido São Miguel pertencia ao industrial Bernardo Lopes. Imigrante espanhol que veio da Europa em busca de aventura. E escolheu a cidade de São Miguel dos Campos, onde plantou definitivamente suas raizes.
A Fábrica de Fiação e Tecido São Miguel começou a funcionar em 1913.
Quando o Sr. Bernardo Lopes faleceu. A indústria têxtil passou a ser administrada pelo seu filho. Abelardo Lopes. O novo industrial em pouco tempo formalizou a indústria com novos equipamentos trazido da Europa. Segundo os moradores da fábrica, Abelardo Lopes era uma pessoa bastante carismática e tinha um profundo afeto pelos operários da indústria.
Sem sombra de dúvida, Abelardo Lopes foi um bom administrador. Até hoje seu nome está imortalizado na memória do povo de São Miguel dos Campos como também dos antigos funcionários da indústria. Na
fábrica existia uma Escola de Música, uma Banda Filarmônica, um time de futebol (Esporte Clube Fabril) e uma Vila Operária. Onde os operários moravam de graça. O industrial também promovia no ambiente da fábrica, diversas atividades culturais. Entre elas: Carnavais, festas juninas, procissões religiosas e apresentações de folguedos populares.
Um certo dia, Abelardo Lopes teve que viajar para Europa para tratar de uma doença. E deixou a indústria no comando dos filhos. Depois da sua morte a fábrica começou a fracassar e foi extinta em 1971.
A Fábrica de Fiação e Tecido Vera Cruz pertencia ao grupo de acionistas. Que tinha como presidente o Ex. Perfeito Intendente do município, Miguel César Teixeira.
No decorrer dos anos, a fábrica foi vendida para o médico Leocádio da Rocha, que tinha acabado de chegar do estado do Rio de janeiro. Na época, Leocádio era uns dos homens mais ricos do município. Na década de quarenta, Leocádio negociou a indústria para um grupo de portugueses. Que tinha como presidente, o industrial Antônio Nogueira. Quando este faleceu. A fábrica passou a ser administrada pelo seu filho, José Nogueira e posteriormente por João Nogueira Neto. O mesmo fez uma excelente administração. A Fábrica de Fiação e Tecido Vera Cruz foi uma das pioneiras para o engrandecimento do município de São Miguel dos Campos. Ainda hoje, muita gente sente saudade da mãe têxtil. Era assim, que a fábrica era chamada. Pelo fato dela ser a fonte de renda das famílias carentes da cidade.
A fábrica começou a funcionar em 1925. Havia no complexo da indústria uma Vila Operária e um time de futebol (Vera Cruz Esporte Clube).
Infelizmente a fábrica foi extinta no começo dos anos 2000.

* Texto Escrito Por Ernande Bezerra de Moura.